Mauro Cezar Pereira

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Se clubes dividissem grana da TV em partes iguais, Fla seguiria o mais rico

O que aconteceria se os clubes da primeira divisão do Campeonato Brasileiro dividissem em partes rigorosamente iguais todo o dinheiro aferido na temporada 2023 com a venda de direitos de transmissão? O blog fez as contas.

Utilizando como fonte o Relatório Convocados de Cesar Grafietti com Galapagos Capital, subtraímos da receita bruta de cada clube o valor arrecadado com a venda dos direitos de transmissão. Também somamos tudo que obtiveram com tal ativo e dividimos por 20 (número de clubes) para alcançar a média.

Chegamos ao valor de R$ 156,3 milhões para cada como receita proveniente da venda dos direitos de transmissão. No cálculo não entrou apenas o campeonato brasileiro, mas sim todas as competições das quais participaram os integrantes da Série A 2023.

Evidentemente essa distribuição, na prática, é impossível, pois os times disputam certames diferentes. Nem todos vão à Copa do Brasil, Sul-americana e Libertadores. Além disso, os estaduais oferecem aos participantes quotas muito diferentes. O campeonato paulista distribuiu muito mais dinheiro do que os demais, por exemplo.

Mas é válido como exercício diante das queixas contra a divisão da receita do "dinheiro da TV" no campeonato brasileiro. Há quem argumente que alguns clubes faturam muito mais do que os demais só por causa do "dinheiro da TV" oriundo do Brasileirão. O blog foi além, "socializando" toda verba arrecadada por essa fonte no ano passado. E mostra que essa tese não se sustenta.

O resultado apresenta os mesmos times no topo do ranking e o Flamengo como único com faturamento acima de R$ 1 bilhão. São mais de R$ 300 milhões de vantagem sobre o Corinthians, segundo colocado. Se somarmos a receita corintiana à do Cruzeiro, ainda assim os rubro-negros arrecadariam mais nessa hipotética distribuição de dinheiro.

Chama a atenção a queda vertiginosa do Fluminense no ranking, de sexto para 12°. Entre os principais times e que seguem na primeira divisão em 2024, o campeão da Libertadores foi, disparado, o que mais dependeu dessa receita no ano passado. Abaixo como ficariam os clubes no ranking após a distribuição igualitária de toda a verba aferida com venda dos direitos de transmissão em 2023.

DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DO DINHEIRO DE DIREITOS DE TRANSMISSÃO*
FLAMENGO 1.082,3 (1º / =)
CORINTHIANS 781,3 (2º / =)
PALMEIRAS 732,3 (3º / =)
SÃO PAULO 578,3 (4º / =)
RED BULL B. 558,3 (5º / =)
ATHLETICO 493,3 (9º / 6º)
SANTOS 466,3 (10º / 7º)
ATLÉTICO-MG 440,3 (7º / 8º)
GRÊMIO 394,3 (8º / 9º)
INTER 392,3 (11º / 10º)
VASCO 373,3 (13º / 11º)
FLUMINENSE 360,3 (6º / 12º)
BOTAFOGO 357,3 (12º / 13º)
FORTALEZA 304,3 (14º / =)
CRUZEIRO 297,3 (15º / =)
AMÉRICA 279,3 (16º / =)
CORITIBA 275,3 (18º / 17º)
BAHIA 256,3 (17º / 18º)
CUIABÁ 221,3 (19º / =)
GOIÁS 195,3 (20º / =)

*entre parênteses, posição original no ranking de receita bruta, e posição no ranking após a distribuição igualitária da receita aferida pelos clubes por venda dos direitos de transmissão. Quando não há alteração o sinal de igual (=) aparece.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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