Descriminalizada, até quando a maconha será considerada doping no esporte?
O STF (Supremo Tribunal Federal) descriminalizou o porte de maconha para uso pessoal. Em alguns Estados norte-americanos, como Colorado e Califórnia, o uso de cannabis recreativa foi legalizado e regulamentado há anos. O mesmo ocorre em países como Canadá, Portugal e Uruguai.
Detentora do maior mercado de cannabis do mundo, a União Europeia conta com 23 nações que seguiram o mesmo caminho, inclusive para fins medicinais. Na Holanda, especificamente, ter posse de até cinco gramas é permitido, com vendas toleradas nos chamados coffee shops.
Em Luxemburgo a cannabis pode ser cultivada, até quatro plantas em casa com uso restrito a áreas privadas. Já em solo canadense, o tolerado é de 30 gramas, com a mesma quantidade por domicílio. Já na Argentina, o óleo canabidiol foi liberado para tratamento de epilepsia, por exemplo.
Também com finalidades médicas, o México legalizou a cannabis, enquanto a África do Sul, há seis anos, não só o fez, como descriminalizou o consumo de maconha por adultos, em ato pioneiro no continente. Não demorou até o Zimbábue seguir o mesmo caminho com a legalização.
Contudo, para a Agência Mundial Antidoping (World Anti-Doping Agency), conhecida pela sigla em inglês Wada, maconha e seus derivados seguem na lista de substâncias proibidas. No entanto, especialistas afirmam que a utilização para fins medicinais pode, sim, ajudar os atletas.
"O último artigo da Wada sobre o tema foi publicado em 2011. De lá para cá, foram realizados centenas de estudos e nenhum deles comprovou que a cannabis aumenta o desempenho", disse à Carta Capital, no ano passado, o professor do Departamento de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Santa Catarina Aderbal Aguiar.
Curiosamente, o UFC retirou a maconha de sua lista de substâncias proibidas. O que sustentou a decisão? O argumento de que não existem comprovação científica de que ela aumente o desempenho ou possa mascarar o uso das drogas consideradas de aumento de performance. E aí?
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