Mauro Cezar Pereira

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Fla sonha com R$ 1 bi pelos naming rights de seu futuro estádio: é viável?

No dia 5 de junho O Globo publicou que o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, aproveitou a ida à Inglaterra, onde acompanhou a final da Champions League, disputada no estádio de Wembley, Londres, no dia 1º; para se reunir com diretores da Allianz.

Na pauta, a possibilidade de uma parceria para construção do estádio do Flamengo na região do Gasômetro, no Rio de Janeiro.

Na oportunidade, o jornal adiantou que a meta do mandatário rubro-negro seria de que a seguradora alemã coloque algo próximo de R$ 1 bilhão para obter o naming rights do futuro estádio por 25 anos.

O Globo chegou a publicar que haveria nomes já sugeridos e o "favorito" seria "Allianz Fla Arena", caso a ideia prospere e a empresa germânica abrace a ideia ensaiada pelo presidente do Flamengo.

Quando acertou o patrocínio do então novo estádio do Palmeiras, que já nasceu batizado "Allianz Parque", a mesma seguradora acertou o pagamento de R$ 300 milhões por 20 anos. As cifras são corrigidas pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

Em dezembro do ano passado, o São Paulo vendeu o naming rights do Morumbi para a Mondelez, dona do chocolate Bis. Para mudar o nome do estádio, agora "MorumBis", R$ 25 milhões por temporada em contrato de três anos, totalizando R$ 75 milhões.

Já o Athletico não revelou as cifras da venda do nome de sua arena, mas em meados do ano passado, quando acertou com a empresa de telecomunicações Ligga Telecom, o valor que foi revelado pela imprensa foi de R$ 200 milhões por 15 anos.

Em agosto de 2020, a farmacêutica Hypera Pharma adquiriu os naming rights do estádio do Corinthians por 20 anos. Valor: R$ 300 milhões para que passasse a ser chamado de Neo Química Arena. O clube tenta ampliar o faturamento com o patrocínio. Diante disso, a cifra que seria pretendida pelo Flamengo é factível?

"Há variáveis que podem influenciar, como a capacidade do equipamento em atrair outros negócios que não sejam apenas os jogos", frisa o especialista em marketing esportivo em gestão do esporte, Anderson Nunes, da Casa de Apostas, que adquiriu os naming rights da Fonte Nova e Arena das Dunas.

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"Só podemos falar de valores ao conhecer o projeto como um todo, mas é necessário destacar a possibilidade de venda do naming rights e a arena já nascer com o nome da marca inserido. Este é um baita diferencial", ressalta Fábio Wolff, da Wolff Sports.

Para atingir R$ 1 bilhão em 25 anos, sem contar a correção monetária, o Flamengo teria que receber R$ 40 milhões anuais pela venda do nome de seu futuro estádio.

Não chega a ser algo tão distante da quantia conseguida pelo São Paulo, por exemplo (projetando por três décadas seriam R$ 750 milhões). Ainda mais com a possibilidade de a arena nascer com o nome do patrocinador.

Contudo, o estádio não levaria todo esse tempo para ficar pronto. Isso tornaria, a priori, pouco provável contar com esse teórico bilhão para viabilizar a obra que deve levar cinco a seis anos. A ver.

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