Mauro Cezar Pereira

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Se Gabriel jogar no Uruguai e ajudar o Flamengo, fará apenas sua obrigação

O momento crítico do Flamengo, que depende de uma inédita vitória na Libertadores sobre o Peñarol, gera oportunismo. Inclusive dos amigos de boleiros, de seus agentes e assessores.

Não por acaso a pauta que ressurge força uma narrativa bizarra segundo a qual Gabigol perdeu espaço no time por opção de Tite. Um absurdo que a história desmente.

O técnico chegou ao Flamengo e o então camisa 10 já estava na reserva. Barrado por Jorge Sampaoli, que entre seus erros cometeu um derradeiro na final da Copa do Brasil, ao escalá-lo como titular.

Deu errado e Gabi voltou ao banco na partida do Morumbis. Quando entrou, aos 29 do segundo tempo, tropeçou na bola em uma de suas duas ações com a pelota nos 16 minutos em que esteve em campo.

Antes, Vitor Pereira cometeu o mesmo equívoco na decisão do campeonato carioca. Primeiro jogo, Gabriel no banco, entrou aos 20 da etapa final, quando o Flamengo já vencia. Atuou bem e até e ajudou o time a chegar aos 2 a 0.

Na segunda peleja, sem qualquer razão Gabi foi titular e permaneceu na cancha por 52 minutos em pífia jornada de todos nos 4 a 1 impostos pelo Fluminense. Vitor Pereira e Jorge Sampaoli o escalaram pelo nome. Na chamada "carteirada".

Esse erro Tite até agora não cometeu. Pois seria absurdo transformar o atual Gabriel, que não consegue ser Gabigol, em titular nessa temporada. Por que Pedro, Everton Cebolinha, Luiz Araújo e até Bruno Henrique foram muito mais eficientes. Não há comparação.

Com as lesões dos três primeiros e do recém-recontratado Michael, Gabi ainda assim fica atrás do novato de clube Gonzalo Plata. Por que quando em campo ele é o que menos rende. E isso é muito evidente.

E ainda sofreu contusões que o afastaram por semanas. Sem falar na suspensão derivada do exame antidoping que não teria feito adequadamente. Mal há quase duas temporadas, com ausências e polêmicas, qual o motivo para fazer dele titular?

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Há os que detestam Tite, e isso não tem relação com o camisa 99, mas com o trabalho do treinador. Fala-se tanto em regime profissional. Nele, Gabigol, aquele, seria titular, mas o atual Gabriel só tem espaço no banco de reservas mesmo.

Na quinta-feira, se de lá sair e ajudar o Flamengo, marcar um gol importante, não fará nada além do que se espera há tempos. É bem pago para isso. E se há alguém em dívida nessa desgastada relação, não é o Flamengo e sua torcida, hoje, em grande parte, cansada das polêmicas, atuações fracas e raríssimos gols.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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