Violência policial contra torcedores usada para vitimizar uruguaios presos
No Brasil, a violência da polícia militar contra os torcedores é coisa antiga. E não importa a nacionalidade, podem ser estrangeiros ou brasileiros, quando algum foco de tumulto começa dentro do estádio, a borracha entra em ação.
Mediar? Acalmar os ânimos? Oferecer segurança aos que estão próximos e não provocaram confusão? Nada disso parece integrar a cartilha policial numa arquibancada. Um problema antigo, que precisa ser atacado e é quase ignorado.
Essa truculência é motivo de reclamação dos de outros países, entre outras ações. Como a retenção de torcedores do Racing fora da Neo Química Arena na semana passada, impedindo-os de assistir a grande parte do jogo contra o Corinthians.
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Aqui a polícia faz isso com todas, um absurdo. Se a intenção é evitar a chegada das organizadas brasileiras e das barras estrangeiras simultaneamente à entrada da torcida local, mais adequado seria escoltar os visitantes bem mais cedo.
Mas os acontecimentos envolvendo torcedores do Peñarol no Rio de Janeiro foram gravíssimos e não têm relação com o problema acima citado. Foram presos, como seriam brasileiros que protagonizassem confusão às margens do Rio da Prata, em Montevidéu.
Uma falsa narrativa tenta vitimizar os torcedores detidos, que foram os personagens de enorme confusão na semana passada. Chegaram à praia no Rio de Janeiro antes do amanhecer e deram início à série de problemas que foram observados.
Uma das falsas versões trata de uma suposta união entre torcedores dos clubes cariocas contra os do Peñarol. Uma tolice, algo absolutamente impossível. O confronto foi com a própria comunidade local e depois com a polícia.
Você acha que torcedores de River Plate, Boca Juniors, San Lorenzo, Racing e Independiente fariam uma união? Ou os barras de Peñarol e Nacional dariam as mãos? Mas de tanto que se repetem essas fake news, há mais gente nelas acreditando.
Em 2019, antes de Flamengo x Peñarol, hinchas do mesmo time uruguaio brigaram com brasileiros na praia de Copacabana. Um homem de 54 foi atingido quando tentava apartar e passou dez meses internado, antes de morrer.
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"Um ônibus de rubro-negros do Espírito Santo encontrou o grupo do Peñarol, que atacou os torcedores do Flamengo. Minha equipe atuou, com auxílio do 19º Batalhão. Quem foi detido não foi para o jogo, e sim para a delegacia. Quem não estava na confusão e estava no local da escolta na hora combinada, foi ao estádio", disse, na ocasião, o comandante do Bepe/PMRJ, tenente-coronel Silvio Luiz.
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Quero receberE teve mais tumulto na orla carioca neste ano, antes do recente confronto entre rubro-negros e carboneros pela atual Libertadores. E depois do massacre imposto pelo Botafogo, que fez 5 a 0 no Peñarol, o setor destinado aos visitantes teve 330 cadeiras destruídas e mais confronto com a PM.
Fotos exclusivas de como ficou o Setor Sul do Estádio Nilton Santos, local da torcida uruguaia, depois da semifinal.
-- Thales Machado (@thalescmachado) October 26, 2024
Torcida do Peñarol quebrou banheiros, 330 cadeiras e provocou dano de R$ 230 mil ao Nilton Santos; Botafogo vai acionar Conmebol https://t.co/lQNYHMyMm9 pic.twitter.com/A1Pz6lzl2q
Os exageros da polícia militar brasileira não podem ofuscar o vandalismo de torcedores ou hinchas, independentemente de onde nasceram ou vivem. Ainda mais reincidentes. Os que não cometeram delitos seguem desfrutando de sua liberdade, de volta ao Uruguai.
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