Mauro Cezar Pereira

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ReportagemEsporte

Alta da Selic é problema a mais para os endividados Corinthians e São Paulo

Impossível ver o noticiário da semana sem ouvir falar na Selic. Trata-se da taxa básica de juros da economia. E qual sua importância? Ela interfere em financiamentos, aplicações financeiras e empréstimos, por exemplo.

Na quarta-feira o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a Selic em 1 ponto percentual. Com isso a taxa foi a 12,25% ao ano, decisão que surpreendeu. O mercado financeiro esperava 0,75 ponto percentual de elevação.

A definição da Selic é a ferramenta mais importante da política monetária utilizada pelo Banco Central para o controle da inflação. E após um ano em 13,75%, entre agosto de 2022 e agosto de 2023, ela teve seis cortes de 0,5 ponto e um de 0,25 ponto até maio.

Mas o momento agora é outro. Tanto que o Copom divulgou suas perspectivas para o próximo ano. O órgão prevê mais dois ajustes de 1 ponto percentual cada nas suas próximas reuniões. Isso significa que deverá bater os 14,25% ao ano.

Juros mais altos deixam o crédito mais caro, já que a Selic é referência para outras taxas de juros no mercado, impactando tanto financiamentos como empréstimos. E isso vai levar mais problemas para as finanças de clubes de futebol.

"O impacto é relevante. A expectativa é de aumento de 3 pontos percentuais desta semana até o final se abril, e em uma dívida de R$ 2 bilhões, isso representa R$ 60 milhões adicionais em custos financeiros", adverte o especialista em finanças dos clubes de futebol, Cesar Grafietti.

Rivais, Corinthians e São Paulo lidam com elevados endividamentos. No começo do mês, a diretoria corintiana enviou uma lista de credores à Justiça de São Paulo, com o objetivo de evitar novos bloqueios das contas. No documento, o clube admite que deve R$ 2,4 bilhões.

Já os tricolores tiveram déficit de R$ 191 milhões nos primeiros nove meses do ano. No período, a dívida atingiu R$ 886 milhões, como consta em documento desenvolvido por um membro do Conselho Fiscal e revelado pelo pesquisador Alexandre Giesbrecht.

O torcedor que preza o zelo por seu clube e atento ao noticiário econômico tem um problema a mais com o qual se preocupar. Quanto aos dirigentes? Não se sabe.

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