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Menon

Honda é exemplo do amadorismo que critica no Botafogo

29/12/2020 14h26

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Keisuke Honda deu marcha-a-ré. Exerceu seu direito, previsto em contrato, de deixar o Botafogo antes do final do contrato. Tem proposta da Europa e está aborrecido com o amadorismo dos dirigentes do Botafogo, principalmente pela demissão de Ramón Diaz, que nem estreou.

Há outro exemplo de amadorismo: a contratação de Honda, de 34 anos e presença em duas Copas do Mundo, em 2010 e 2014.

Ele chegou sem custos. Ou com poucos custos. A venda de camisas garante o investimento, diziam os dirigentes.

E esse é um motivo correto para se contratar um jogador? Não, né?

A questão primordial para equipes como o Botafogo, com seriíssimos problemas financeiros, é simples: " que tipo de time devemos montar para fazer um campeonato tranquilo, pensando na Sul-americana"?

Quando Honda chegou, conversei com Paulo Autuori. Ele disse que o japonês seria um armador vindo de trás, com Bruno Nazário mais à frente e Babi no ataque, com Luis Fernando e Luis Henrique.

Esse jogo lento seria o apropriado para o Botafogo? Ou o melhor seria um time aguerrido, bem fechado e apostando em contra-ataques?

Sem dúvida, eu apostaria na segunda opção, mesmo com a perda de Luis Henrique e Luis Fernando. Um time difícil de ser batido, um time indigesto para os rivais.

Com Honda, nada disso veio.

O Botafogo talvez esperasse que Honda fosse um novo Seedorf. Há uma diferença técnica enorme entre eles, tática e tecnicamente. E de liderança.

A lembrança mais nítida de Honda será a do jogo contra o Ceará. Fez o primeiro, de pênalti. Então, com 2 x 1 a favor, houve novo pênalti a favor do Botafogo. Vitor Luís errou e o Ceará empatou.

Honda pediu para Vitor Luís bater?

Vitor Luís pediu para bater?

Não se sabe.

O certo é que Honda não exerceu o papel de líder para o qual foi contratado.

Deixa o Botafogo com três gols em 27 jogos e a leve impressão de que já vai tarde.