Menon: Corinthians nunca vai "cruzeirar", Willian é a prova

O fato: o Cruzeiro, um dos grandes do futebol brasileiro, sofreu um processo contínuo de rapinagem que o levou a uma queda de status. Hoje, é o terceiro time de Minas Gerais, e nada indica que voltará à Série A em pouco tempo.

Consequência do fato: os outros clubes grandes precisam olhar com temor o que houve e tomar cuidado para que não sofram o que o Cruzeiro passou.

Não é o caso do Corinthians. É vergonhoso não depositar FGTS, é desumano dever para garotos da base, é indecente não ter dinheiro na conta, há uma dívida enorme, mas não, o Corinthians não será um novo Cruzeiro. Não vai "cruzeirar".

É preciso assumir uma opinião antipática. Lá vai: o Corinthians não vai "cruzeirar" porque é maior que o Cruzeiro. Tem uma torcida muito maior, tem patrocínio maior, tem patrimônio maior, é maior.

E outra coisa: o Corinthians foi mal dirigido nos últimos tempos, mas por pior que Andrés Sanchez tenha sido, ele não se aproveitou do Corinthians, ele não rapinou o Corinthians.

E o Corinthians, com todos os seus problemas financeiros, deu uma prova de grandeza ao recusar o xarope amargo tomado pelo Flamengo. Não há soluções iguais para clubes diferentes.

Se o Flamengo optou por corte nas despesas, por corte na carne para agora - turbinado por mais de 100 milhões de euros arrecadados com venda de jogadores como Vinicius Jr, Paquetá, Reinier e outros -, o Corinthians optou por um grande truco.

Apostou em redução da folha e também contratação de jogadores caros: Giuliano, Renato Augusto, Roger Guedes e Willian, a cereja do bolo, a joia da coroa.

Para muitos, Willian é perigo de "cruzeiramento", para mim é o contrário. Quem tem ousadia na crise para investir em craque com identificação com a torcida e qualificação técnica do elenco está dizendo que é grande, é ousado e que sonha alto.

O Corinthians recusou a caderneta do mercadinho e apostou em investimento e ousadia.

Coisa de clube gigante.

Clube que não "cruzeira".