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Casares: "2021 é pra sair da agonia, 2022 é para iniciar a reconstrução"
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No dia 28 de julho, o São Paulo venceu o Vasco por 2 a 0 pela Copa do Brasil. Júlio Casares estava no Morumbi. Começou a tossir e sentir sintomas de febre.
No dia seguinte, fez exame da covid-19 e deu positivo. Foi até o hospital sem maiores preocupações, dirigindo seu carro. Pensou que fosse um bate-volta. E foi internado. Passou 12 dias intubado.
Agora, recuperado, faz fisioterapia e sente sono e cansaço seguidamente. E está feliz. "O pior passou. Escapei de boa e estou voltando ao trabalho. Faço muita coisa aqui de casa. Inclusive, tenho reunião online daqui a pouco. Vamos começar a entrevista?
Vamos:
Menon: Está claro, e o São Paulo assume isso que o Reffis está ultrapassado. Você pretende colocar algum dinheiro lá esse ano?
Julio Casares: Não. Não tem dinheiro. Fizemos um projeto e estamos buscando investidores. Uma ideia é vender o nome do CT para uma empresa. Se não conseguirmos nada, vamos tocar com nosso dinheiro o ano que vem. Esse ano é uma agonia, o ano que vem será de reconstrução do clube.
Agonia não é exagero?
Não é. É a realidade. As causas são claras. A pandemia acabou com receita de público. Nada dos camarotes. A janela de transferência foi zero. E as dívidas, né? Só para empresários devemos mais de 100 milhões.
E o que foi feito contra essa agonia?
Conseguimos um patrocínio novo. Criamos o novo sócio-torcedor, com 30 mil adesões. E fizemos um empréstimo de 150 milhões para pagar dívidas com o Orlando City, ainda do Kaká, e outras referentes a Tchê Tchê, Volpi, Cueva e até do vôlei, com o Zé Roberto Guimarães.
Uma parte desse dinheiro não poderia ser usada para fazer um acerto com o Daniel Alves que impedisse a rescisão?
Não dava. O empréstimo foi para pagar dívidas imediatas. Os clubes estavam ameaçando ir à Fifa. O São Paulo poderia perder pontos como aconteceu com o Cruzeiro. Era perigoso.
E as dívidas com jogadores?
Temos um acordo com eles. Não atrasamos mais e tudo que entrar de premiação nos campeonatos vai para pagar atrasados. Agora, vieram Calleri e Gabriel Neves. Vão começar a receber o grosso do salário a partir de janeiro.
Mas aí tem um problema. Como você vai pagar, se está difícil chegar na Libertadores? Esse ano o São Paulo ganhou mais de 5 milhões de dólares porque chegou às quartas. Se ficar fora, é um rombo grande.
Estou confiante que vamos fazer um segundo turno melhor e conseguir uma vaga para a Libertadores. Falei rapidamente com a diretoria de futebol e pedi foco no Brasileirão. Mas teremos outras arrecadações.
Quais?
Bilheteria. Acho que o público voltará agora em novembro, mas apenas uma parte. De forma definitiva, em janeiro. Vai ter muita gente no Morumbi. A demanda é grande. O projeto "Camarote do Ídolo" está pronto para ser executado.
Como é?
O torcedor vai ver o jogo junto com ídolos como Darío Pereyra e Careca. Vai ter um miniestúdio para fotos no Instagram e um kit com brindes do clube. É um projeto para os mais abastados. Haverá outro para o torcedor mais simples. Um setor popular com ingressos 50% mais baratos.
E que mais?
A janela. Precisamos vender dois ou três jogadores e arrecadar em torno de 50 milhões de euros. Vamos reconstruir.
O São Paulo precisa pagar 1 milhão de dólares para ficar com Galeano e 3 milhões de dólares para ficar com Benítez. É possível conseguir esse dinheiro?
Vamos negociar e jogar para abril. A ideia é ficar com os dois. Se não der, pelo menos um deles.
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