Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Menon: Crespo está mantido. Questão de ética
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A diretoria do São Paulo resistiu às pressões de conselheiros corneteiros e resolveu manter Hernán Crespo.
Fez muito bem. No mínimo, por coerência e por uma questão de ética.
No início do ano, o São Paulo deixou claro que trataria o Paulista como uma Copa do Mundo. Valeria todos os riscos. Crespo assumiu os riscos e venceu a Copa do Mundo. E agora, seria demitido? Sabemos que, ao cumprir a tarefa dada, o seu trabalho para o final do ano foi prejudicado.
A opção pelo Paulista fez com que os jogadores não tivessem pré-temporada. Poderiam ter um descanso antes do Brasileiro, o que não ocorreu. Erro feio.
Então, vemos que a opção preferencial pelo Paulista atrapalhou muito no Brasileirão. Muitas e muitas contusões. Potencializada por erros da preparação física, muito exigente.
Não se trata de eximir Crespo de muitos erros. O time não é criativo, só joga pelos lados e está apático.
Também não se trata de defender até o fim a tese de que demissão de treinador é sempre um erro. A de Aguirre foi. A de Diniz não foi. Minha opinião, claro.
A de Crespo seria um erro. Agora, ele começa a ter todos os jogadores recuperados. Agora, pode - e já deveria, reconheço - fazer o time jogar melhor. O futebol competitivo do Paulista pode voltar. Faltam ainda 15 jogos.
E, por fim, qual o sentido de demitir um treinador às vésperas de um clássico?
Crespo é intocável?
Lógico que não. Merece uma análise fria só final do ano. Se aprovado, merece ser o condutor da reformulação do elenco.
Mas, se o time estiver rondando o Z-4, tudo muda. Questão de sobrevivência.
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