Menon: Novo estatuto deixará São Paulo mais perto do abismo

O São Paulo começa a analisar mudanças no seu estatuto. Se forem aprovadas, deixarão o clube mais longe do caminho da modernidade e mais perto da irrelevância.

Como tem sido praxe, tudo começa sob o signo do sigilo. Conselheiros não poderão tornar público o que será discutido. Impossível que a grande massa de torcedores fique a par das decisões. Já que não podem votar, os torcedores poderiam fazer campanha pela tese A ou B. Nada disso. Os iluminados decidirão sem ouvir o povo.

Nada de novo. O sigilo domina. Inventaram que o atual patrocínio seria o maior da história do clube e não divulgaram o valor. Disseram que a transferência de Brenner seria a maior da história da MLS e esconderam o valor.

Tudo é escondido. Falta transparência. Assíduo frequentador do Instagram, o presidente Júlio Casares fecha os comentários de suas postagens.

Uma das cláusulas que será votada é abjeta. O conselheiro que atentar contra a "harmonia social" será expulso. Isto é coisa de Ditadura. Tivemos algo assim nos nossos anos de chumbo. Era o "ame-o ou deixe-o". Aliás, três conselheiros foram expulsos recentemente e conseguiram, na Justiça, a reintegração. Eram de oposição.

O São Paulo tem milhões de torcedores espalhados pelo Brasil. De todas as classes sociais. Não têm participação alguma mas eleições. Tudo é decidido por 260 conselheiros. O novo estatuto prevê alguma forma de participação popular? Não. Diminui o número de conselheiros. Serão 200, sendo120 vitalícios.

O clube se fecha casa vez mais. O número de iluminados diminuirá. A renovação será menor, com apenas 80 eleitos.

É um regime de compadrio.

Que ideias novas poderão surgir de um grupo viciado? Das mesmas pessoas?

Sei lá...Talvez alguém crie um slogan substituto para Soberano, a grande imbecilidade que só trouxe rejeição só clube. E nenhum lucro.

O São Paulo só vai bem no Instagram.

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