Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Menon: O São Paulo? Melhor entregar aos árabes
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O São Paulo chega à 37° rodada do Brasileiro em situação desconfortável. Tem 45 pontos e enfrenta o Juventude, com 43. O Cuiabá, que recebe o Fortaleza, e o Bahia, que tem um jogo a mais, também têm 43. Um dos cinco - acrescente-se o Furacão, com 45 pontos - vai cair.
E na mesma semana tensa, apareceu a especulação de que o São Paulo poderia ser alvo de investidores árabes dispostos a comprar um time brasileiro.
Seria ótimo. O clube voltaria a ter um time competitivo. A camisa branca com listras vermelha e preta voltaria a ser temida.
E o torcedor viveria ainda de lembranças de grandes craques criados no Morumbi. Ou de tantos outros que passaram por lá: Leônidas, Bauer, Gerson, Cerezo, Pedro Rocha, Ceni, Kaká, Zizinho, Didi, Falcão...
Ah, mas o clube vai ser dominado por árabes, pouco afeitos à democracia?
Amigo, os atuais dirigentes estão preparando uma mudança de estatuto que perpetuará o atual grupo no poder?
Ah, mas será a confissão de fracasso. Não temos mais nossos dirigentes.
Amigo, nunca foram seus. Pertencem a um sistema fechado e que vai ficar mais fechado ainda.
Ah, mas foram dirigentes antigos criados nesse sistema que criaram a grandeza do clube, através dos anos.
Sim, dirigentes ousados, capazes de contratar, nos anos 40, Leônidas da Silva, o maior jogador do Brasil. Dirigentes obsessivos, capazes de construírem o Morumbi. E, após sua conclusão, de contratarem Toninho Guerreiro e Gerson de Oliveira Nunes. Pedro Rocha. Visionários que construíram o CT da Barra Funda. E o CFA de Cotia.
E o que se pode esperar dos dirigentes de hoje? Alguma ideia revolucionária no marketing? Uma maneira criativa de enfrentar a dívida? Uma maneira conservadora de enfrentar a dívida?
Um jeito de receber mais dinheiro com a venda das joias de Cotia? A venda do naming right do Morumbi?
O que se pode esperar de novo, de moderno, quem sabe, doce ilusão, de revolucionário? Nada. Nadica de nada.
Estão com o pensamento voltado para o dia 16, um golpe. Estão todos fechados em si mesmos, louvando e babando com elucubrações jurídicas de membros da TFP. Nada de colocar o clube na condenação da ditadura. Nada de apoio à causa LGBTQIA+.
Entreguem aos árabes. Peçam que respeitem Eder Jofre e Adhemar Ferreira da Silva. Exijam que não mudem nossas cores. E entreguem. O clube estará em melhores mãos.
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