Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Menon: O estranho amor de Muricy e Rogério pelo São Paulo
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Muricy ama o São Paulo. Trocou o sossego da TV Globo pelo estresse tricolor que o levou à uma nova arritmia.
Rogério só aceitou assumir o São Paulo porque era o São Paulo. Foi uma convocação irrecusável.
Os dois, mesmo amando desesperadamente o São Paulo porque não queriam sujar sua história no clube com um rebaixamento.
Em 2022, não em 2021.
Resolveram ficar depois de uma conversa com a diretoria.
É o amor.
Sério? Amor incomensurável mas ameaçado pelo amor-próprio.
Só ficaram com promessa de reforços.
Mas os dois, Rogério e Muricy vinham repetindo exaustivamente que a situação financeira do clube é gravíssima.
E agora, querem que o clube gaste para que o elenco seja mais qualificado? Só é possível trabalhar no clube que eu amo se eu tiver jogadores que se adaptem ao meu modelo de jogo?
Assim é fácil amar.
Amar sem sacrifício? Amar o ego ou o clube?
Olha, vamos deixar claro. Não estou querendo que amem o clube. Não deve haver amor no esporte. De que adianta amar e levar um pé na bunda?
Mas o elenco do São Paulo, com algumas saídas e outras chegadas é capaz de lutar pelo título paulista (foi campeão com Crespo) pela Sul-americana, pela Copa do Brasil e é capaz de ficar entre os seis primeiros do Brasileiro. Como Fortaleza, Bragantino e outros.
É um trabalho digno, uma prova de amor construir, com pouco, um presente melhor para o clube que amam.
Não está bom para Muricy e Rogério? Para a torcida, está ótimo.
O ego exige mais?
Querem garantia de títulos?
Não vão conseguir nem no Palmeiras, nem no Flamengo e nem no Galo.
E quem disse que esses três têm interesse neles?
Resumindo: quer provar que ama o clube? Comandem um processo de renovação sem muitos custos e montem um time bem melhor que o atual.
Simples.
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