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OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Menon: São Paulo é um gigante dirigido por anões

Escultura de um homem e um cavalo representando Calígula e Incitatus - Repordução
Escultura de um homem e um cavalo representando Calígula e Incitatus Imagem: Repordução

16/12/2021 16h13Atualizada em 16/12/2021 16h44

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O São Paulo é um gigante do futebol mundial. É só comparar com outros gigantes. O tri da Libertadores que o Palmeiras tem agora, chegou ao Morumbi em 2005. O bicampeão brasileiro do Galo o São Paulo tem desde 1986.

O grande estádio que o Flamengo não tem, o São Paulo tem há 60 anos. Sem falar nos três títulos mundiais.

Tudo o que o São Paulo tem foi conquistado com ousadia. Com dirigentes visionários.

Palmeiras e Corinthians dominavam o futebol paulista. O São Paulo contratou Leônidas da Silva, o maior jogador do Brasil. A Prefeitura construiu o Pacaembu, o São Paulo fez o Morumbi.

Adhemar Ferreira da Silva e Eder Jofre, os maiores atletas brasileiros depois de Pelé, eram do São Paulo.

Então, não se sabe exatamente quando, a ousadia virou arrogância. Criou-se o ridículo conceito de soberania. E, depois de Juvenal Juvêncio, que fez o Reffis e Cotia, não se viu mais alguém com ideias à altura do clube.

E a degradação moral chegou. O Ministério Público investiga Carlos Miguel Aidar, sua namorada, Douglas Schwartzmann e Serafim por roubo.

Rogério Caboclo, também conselheiro, foi afastado da CBF por assédio moral. "Você se masturba", perguntou a uma funcionária.

O que pensa um conselheiro do São Paulo, além de estar em dúvida entre Bolsonaro e Sérgio Moro na próxima eleição? Em como conseguir uma carteirinha de sub qualquer coisa, em defender a sauna, a Noite Italiana ou qualquer bobagem que lhe dê um mínimo poder para ostentar entre amigos e nos grupos familiares.

Hoje esse grupo de pessoas, em sua grande maioria sem grande brilho intelectual, sem arrojo, incapaz de soluções criativas para a grande crise financeira do clube vai se reunir.

Cada um em sua casa, sem pressão da torcida, sem interesse na torcida, decidirão que o clube será cada vez menos democrático. Implantarão a reeleição. E darão mais poderes a si mesmos.

O São Paulo merece conselheiros à altura de sua história e de seu passado. Não merece o que tem hoje: um simulacro de senado romano com muitos Incitatus.