Menon: Dudu, titular do Palmeiras B

Dudu é o jogador símbolo da fase mais gloriosa do Palmeiras. Nunca se ganhou tanto de 2015 a 2022. E tem muito a ver com sua chegada, trazendo autoestima a um clube que não vinha bem.

Não ficou apenas no chapéu duplo nos rivais. Dudu jogou muito nesse período todo. Se jogasse assim em algum time da Grécia ou Turquia, seria convocado.

O melhor jogador da fase mais gloriosa do clube. O maior jogador da história do clube?

Não, absolutamente não.

O posto é do Divino. O homem que dava ritmo ao time, que dominava os tempos do jogo, o homem que mereceu um poema de João Cabral de Melo Neto:

"Ademir impõe com seu jogo
o ritmo do chumbo (e o peso),
da lesma, da câmara lenta,
do homem dentro do pesadelo.

Ritmo líquido se infiltrando
no adversário, grosso, de dentro,
impondo-lhe o que ele deseja,
mandando nele, apodrecendo-o.

Ritmo morno, de andar na areia,
de água doente de alagados,
entorpecendo e então atando
o mais irrequieto adversário."

E o melhor da posição?

Bem, houve Júlio Botelho...

O cara que rivalizou com Garrincha. O cara que achou injusto ser convocado em 58 porque jogava na Europa. Se aceitasse, talvez Garrincha ficasse por aqui.

Se você está um pouco abaixo de Garrincha, você está muito acima de Dudu.

E tem Edmundo, é claro. Não há comparação entre Edmundo e Dudu. Se houver, ela favorece totalmente o Animal.

Eu escalaria assim o Palmeiras com os jogadores que acompanhei.

Leão, Djalma Santos, Luis Pereira, Zago e Roberto Carlos; Dudu e Ademir, Edmundo, Leivinha, Evair e Rivaldo.

O Palmeiras B

Marcos, Arce, Gomez, Roque e Roberto Carlos, Cesar Sampaio, Jorge Mendonça, Alex e Djalminha, Dudu e César.

PS - Muller jogava muito mais que Dudu, mas não no Palmeiras

PS 2 - As escalações foram feitas com ajuda do jornalista Guto Mônaco, grande amigo.