Hernanes levou o São Paulo ao céu e impediu que caísse no pântano

Hernanes abandonou o futebol hoje. Mas o futebol o havia abandonado há dois anos. E como foi difícil para o torcedor do São Paulo perceber que seu último ídolo já não era um jogador competitivo.

A cada raro desarme, a cada chute no gol, a cada gol marcado - o "raio contra Cássio - a esperança renascia. A torcida por ele era enorme, só menor que a torcida pelo clube.

Hernanes apareceu pra valer em 2007. O São Paulo fez uma excursão pela Índia. Ele e Jean se destacaram. E Hernanes, que no ano anterior estava no Santo André, virou titular. Foi campeão brasileiro e considerado o melhor volante do campeonato. No ano seguinte, jogou mais adiantado. E foi o melhor também.

O primeiro time a ganhar três títulos brasileiros. Tempos de glória. O clube a ser imitado. O clube a ser batido.

Dez anos depois, era um clube depenado por arrogantes e incompetentes aves de rapina. Sem títulos desde 2012.

A alegria da torcida era dizer "time grande não cair". Nada mais. Títulos? Nem pensar? Não cair era a única glória.

Tempos de lata.

E Hernanes foi o responsável para que essa ínfima glória continuasse. Em 2017, foi o responsável maior para que o time não caísse.

Presente nos tempos de ouro. Presente nos tempos de lama. E ainda ajudou no título paulista do ano passado.

Hernanes

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