Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Jô não é corintiano
A cena é chocante e pode levar a conclusões precipitadas, desde o racismo estrutural até falta de comprometimento do funcionário com seu patrão.
No fundo, no monitor, o Corinthians jogando - e mal - contra o Cuiabá. Em primeiro plano, de costas para o drama, Jô toca um instrumento musical, em animado samba com colegas.
Os racistas - estão em alta e saíram da toca no governo atual - vão lembrar a cor da pele do jogador e dizer que nada se pode esperar de gente assim. Não resistem a um samba.
Outros, os pragmáticos, dirão que Jô estava de folga, não estava trabalhando e tem o direito de gozar seus direitos trabalhistas da maneira que achar correta.
Outros, os detalhistas, dirão que ele está em tratamento médico e que, seja qual for a moléstia, estar em casa com a família e uma canja de galinha, seria o adequado.
São teses.
E eu tenho outra.
Pelo Brasil afora, houve corintiano que não foi ao aniversário da sogra para ver o jogo. Outros, adiaram o batizado do filho. Há aqueles ou aquelas que desmarcaram um primeiro encontro há muito sonhado por causa do Corinthians. Afinal, o que é o amor, senão conferir se Gustavo Mosquito melhorou ou não.
Jô, não.
Deu as costas ao Corinthians.
Literalmente.
Jô não é corintiano.
É apenas um profissional que já demonstrou falta de profissionalismo outras vezes.
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