Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Jô Soares, que me deu o apelido, foi um goleiro e tanto
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O cinema é a arte da ilusão. Efeitos especiais, com o desenvolvimento da indústria, são tão importantes quanto um bom ator ou atriz.
Eu me lembro de três vezes em que o cinema e a televisão me iludiram.
A primeira, em um farwest no Cine São José, em Aguaí. Fiquei muito triste com a morte de uns cavalos. Vale a pena matar animais para fazer um filme?
A segunda, quando vi o que me pareceu um enorme beijo na boca. Deve ser algum truque. Ninguém vai beijar o outro sem gostar, pensei.
A terceira vez foi em um episódio da Família Trapo, com Jô Soares e Ronald Golias, que fazia o trambiqueiro Carlos Bronco Dinossauro.
Jô Soares era o mordomo Gordon, que também era goleiro no time de Golias. Apareceu então, um novo jogador para disputar posição com Golias.
E a decisão seria na cobrança de pênaltis. Golias batia e Gordon, com extrema agilidade, pulava e defendia. Só pode ser truque, eu pensava.
Ah, o outro jogador acertava todas. Era simplesmente Pelé, fazendo uma ponta na Família Trapo.
Jô Soares, na infância, tinha sido goleiro de hockey no gelo quando estudava na Suíca. Não era truque, não. Era ágil mesmo.
Em 1989, estava cobrindo um torneio de tênis em Comandatuba. Jô Soares faria um show de encerramento. À tarde, estávamos jogando vôlei na piscina e ele apareceu. Pulou na água com espalhafato e jogou muito bem.
Era torcedor do Fluminense e sobrinho de Togo Renan Soares, o Kanela, treinador bicampeão mundial em 1959 e 1963. E foi o Zé da Galera, que pedia a Telê Santana que colocasse pontas na seleção de 82. "Bota ponta, Telê", dizia Jô. E o Brasil repetia de ponta a ponta.
Jô Soares participou também, novamente com Golias, da novela humorística chamada Ceará contra 007. Uma loucura em que os estrangeiros queriam descobrir a fórmula do jabá sintético.
Jô era um detetive francês.
Je suis Jaime Bondi, ele dizia.
Quando concordava com alguma coisa, dizia: Ouí, monsieur.
Quando discordava, gritava Mai, non.
O som era ménon.
E eu, moloque gordo, com dez anos, fiquei com o apelido de Menon, que me acompanha até hoje.
Obrigado, Jô.
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