Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Galoucura, tchutchuca no Mineirão, adere ao Estado Policial
![Zaracho foi pressionado por membros de torcida organizada do Atlético-MG durante jantar - Divulgação/Galoucura](https://conteudo.imguol.com.br/c/esporte/e0/2022/09/20/zaracho-foi-pressionado-por-membros-de-torcida-organizada-do-atletico-mg-durante-jantar-1663724181433_v2_450x450.jpg)
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Quando o Atlético-MG está em dificuldade extrema em um jogo, quando uma possibilidade de eliminação está se concretizando, a torcida se rende.
E canta um canto que é uma confissão de inferioridade: "ah, eu acredito", uma versão adaptada do "yes, we can", da campanha primeira de Barack Obama e do "si, se puede", dos times menores dos países de língua espanhola.
A torcida do Binacional, de Juliaca, cantou contra o São Paulo em 2020.
A Galoucura, principal torcida organizada do Galo, impotente no Mineirão, resolveu ampliar seu poder fora dele. De uma maneira autoritária e fascista.
Como na distopia imaginada por George Orwell, em 1984, com um Estado privilegiando a vigilância social opressiva e excessiva, com a onipresente frase: "o Grande Irmão olha você", os desocupados criaram um sistema de vigilância sobre os jogadores.
Se algum torcedor vir um jogador do Galo na balada, qualquer hora do dia, é só fotografar e mandar a localização para um número de celular. "O resto, deixa com a gente".
O que é o resto?
Ofensa?
Agressão verbal?
Porrada?
E o que é "balada", a qualquer hora?
Almoço?
Jantar?
Clube noturno?
Casa de massagem?.
O Tribunal Galoucura decide.
Essa gente é perigosa.
Mas é triste também.
Ficar grudado em um telefone, esperando uma chamada dizendo que alguém está se divertindo em horário de folga.
Ah, eu não acredito.
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