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OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Galoucura, tchutchuca no Mineirão, adere ao Estado Policial

Zaracho foi pressionado por membros de torcida organizada do Atlético-MG durante jantar - Divulgação/Galoucura
Zaracho foi pressionado por membros de torcida organizada do Atlético-MG durante jantar Imagem: Divulgação/Galoucura

21/09/2022 09h14Atualizada em 21/09/2022 09h14

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Quando o Atlético-MG está em dificuldade extrema em um jogo, quando uma possibilidade de eliminação está se concretizando, a torcida se rende.

E canta um canto que é uma confissão de inferioridade: "ah, eu acredito", uma versão adaptada do "yes, we can", da campanha primeira de Barack Obama e do "si, se puede", dos times menores dos países de língua espanhola.

A torcida do Binacional, de Juliaca, cantou contra o São Paulo em 2020.

A Galoucura, principal torcida organizada do Galo, impotente no Mineirão, resolveu ampliar seu poder fora dele. De uma maneira autoritária e fascista.

Como na distopia imaginada por George Orwell, em 1984, com um Estado privilegiando a vigilância social opressiva e excessiva, com a onipresente frase: "o Grande Irmão olha você", os desocupados criaram um sistema de vigilância sobre os jogadores.

Se algum torcedor vir um jogador do Galo na balada, qualquer hora do dia, é só fotografar e mandar a localização para um número de celular. "O resto, deixa com a gente".

O que é o resto?

Ofensa?

Agressão verbal?

Porrada?

E o que é "balada", a qualquer hora?

Almoço?

Jantar?

Clube noturno?

Casa de massagem?.

O Tribunal Galoucura decide.

Essa gente é perigosa.

Mas é triste também.

Ficar grudado em um telefone, esperando uma chamada dizendo que alguém está se divertindo em horário de folga.

Ah, eu não acredito.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL