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OPINIÃO

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São Paulo que me desculpe, mas o grande jogo será dia 2 de outubro

Calleri celebra gol marcado pelo São Paulo no jogo contra o Ceará pelo Campeonato Brasileiro - Kely Pereira/AGIF
Calleri celebra gol marcado pelo São Paulo no jogo contra o Ceará pelo Campeonato Brasileiro Imagem: Kely Pereira/AGIF

22/09/2022 10h58

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Eu sou são-paulino. Há 60 anos, mais ou menos. A primeira lembrança que tenho de mim é estar na sala de meu avô materno, o velho João Bacci, declamando, para deleite de tios, o ataque do São Paulo campeão do ano anterior, 1957: Maurinho, Amauri, Gino, Zizinho e Canhoteiro.

Sou cidadão brasileiro. Votei para presidente pela primeira vez em 1989, com 36 anos. Uma experiência única, que me foi proibida por 20 anos. Sequestrada pelos militares e civis do Golpe de 64.

O meu time não ganha um título internacional desde 2012. Desde então, até um pouco antes, difícil dizer claramente, vem passando por um processo de decadência. Inclusive, agora, com tentativa de golpe.

Ganhar a Copa Sul-Americana contra o Independiente del Valle, dia 1 de outubro em Córdoba, na Argentina, será muito importante. Um passo na reconstrução.

E o Brasil joga seu futuro imediato um dia depois. O pior exemplo daqueles militares —misógino, homofóbico, a favor da tortura, incompetente no caso da vacina e em muito mais— vai tentar a reeleição. Vai tentar mais quatro anos para avançar na destruição das conquistas humanistas do período PT + PSDB.

É preciso escolher.

Quando o São Paulo eliminou o Ceará eu corri para planejar minha viagem até Córdoba. O entusiasmo durou minutos.

O grande jogo é dia 2 de outubro.

O São Paulo pode aguentar mais dez, vinte, trinta anos sem títulos.

O Brasil não aguenta mais quatro anos de Jair Bolsonaro, que todos pensavam ser apenas um tiozão do pavê, mas que é muito pior; o pior presidente de todos os que já tivemos.

Lula é mais importante que Calleri.

Vai ser pela televisão.

Dia 1 e dia 2.

Duas enormes alegrias.

Festa do futebol.

Festa da salvação da Democracia.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL