Tristeza de Ceni emociona e dez perguntas para Casares

Já de há muito eu não tenho ídolos no futebol. A profissão precisa ser respeitada e uma aproximação além da fria relação repórter/entrevistado prejudica os dois.

Então, o homem triste após uma vitória emocionante não é meu ídolo. E me emocionou, de certa forma, ver o maior ídolo da história do clube tão derrubado.

Ele falou da dificuldade de automotivação do grupo após a derrota. Falou que o time travou em Cordoba. Que correu mais contra o América. Que o vestiário estava muito calado. E que se sente mal em pedir apoio da torcida para o próximo jogo, em busca de algo menor ao planejado.

Considero Rogério Ceni um técnico promissor. Há melhores do que ele. Mas, no momento, por toda sua história, não vejo outro melhor para o São Paulo.

Quem, senão ele, pode levantar o ânimo de jogadores que vivem em uma encruzilhada: o clube lhes deve e a torcida lhes cobra.

Luciano disse que alguém de cima deve se pronunciar. Carlos Belmonte elogiou o caráter dos jogadores que foram para a final sem receber o prêmio da semifinal. Eu discordo de Belmonte, ninguém deve ser tão passivo assim, mas, quero deixar bem claro que isso é uma opinião e que tenho certeza absoluta que os leitores sabem disso, algo tão primário.

A hora é de Júlio Casares convocar uma entrevista coletiva e ser transparente. Falar tudo. Sem esconder.

Eu gostaria de saber:

1) Quanto o clube deve?

2) Para quem o clube deve?

3) Quanto deve para os jogadores?

4) Quando será pago?

5) Por que o empréstimo feito não foi usado para pagar a dívida com jogadores?

6) E o dinheiro das vendas de Volpi, Sara, Rigoni, Marquinhos, Tuta, Anthony e Brenner não foi usado para pagar a dívida com jogadores?

7) Quanto é o patrocínio pintado como o maior de todos os tempos?

8) Quanto foi a venda de Brenner, a maior de todas para a MLS?

9) A dedicação à mudança do estatuto atrapalhou a dedicação ao trabalho.

10) Quando o São Paulo terá um goleiro confiável?