Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
A pobreza ética de Eder Militão
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Dinheiro é muito relativo. Pouco ou muito? Pensemos em R$ 6.060 por mês. No Brasil atual, da fila do osso e do salário mínimo que não tem aumento real há quatro anos, é muito.
E se a pessoa supostamente ganha R$ 100 mil? Por dia? E oferece R$ 6.060 de pensão para a filha recém-nascida?
Estou falando de Eder Militão, é claro. E não sou eu que vou dizer se o que ele oferece de pensão é muito ou pouco. Tenho minha opinião, mas acho que a quantia a ser paga deveria ser determinada pela Justiça. E ponto.
Quero falar de outra pobreza de Militão. A pobreza ética de seus argumentos. A pobreza de caráter de seu arrazoado.
Ele diz que não pode pagar mais do que o proposto porque atrapalharia o sustento de sua família. Como assim? E a filha não faz parte de sua família? Está descartada?
Depois, diz que a mãe de sua filha engravidou quase instantaneamente. Mas, cabe apenas à mulher a decisão de engravidar ou deixar de engravidar. Militão conhece algum preservativo? Camisinha? DIU? Pílula?
E a pobreza maior é a falta de respeito com a criança. Vai crescer, aprender a ler e perceber que o pai insinuou que a mãe a teve como um tipo de armadilha, para se dar bem? E que o pai não queria seu nascimento?
Uma criança que já nasce exposta à mórbida curiosidade exacerbada dos nossos tempos de redes sociais.
É muita pobreza tratar uma recém-nascida assim. Seria errado com a filha de outrem, com a própria, é podre, além de pobre.
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