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Goleiros: São Paulo revela, não usa e importa
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Rogério Ceni fez 1.237 jogos e marcou 131 gols pelo São Paulo. Os torcedores não esquecem números assim. E nem de defesas como aquela no chute do Gerrard, no Mundial de 2005. É, talvez, a mais longeva e bela história de um goleiro em um único clube. Comparável a Pelé.
E quem é titular por 18 anos, evidentemente não deixa que concorrentes joguem. Ederson foi brilhar em outro país e Everson em outros clubes. Há outros menos importantes, como Leo, Leonardo, Richard...E mesmo quem não é de Cotia, como Denis, Sidão e Renan Ribeiro sentiu na pele como é duro tentar ser o sucessor de Ceni no gol do São Paulo. No gol, não na idolatria, não há história.
E até depois de aposentado, o nome de Ceni faz uma sombra enorme sobre goleiros de Cotia. Pode ser uma das explicações para que Lucas Perri esteja se transformando em ídolo no Botafogo, Matheus Cunha seja utilizado por Vitor Pereira no Flamengo e Thiago Couto seja o novo titular do Juventude. A carreira deles se entrelaça com as de Jandrei, Felipe Alves e Rafael, os atuais goleiros do São Paulo.
Lucas Perri veio para o São Paulo em 2013. Chegou da Ponte Preta, onde disputava posição com o goleiro Ivan, que depois foi para o Corinthians, Zenit e Vasco. Sua contratação causou uma comoção entre outros clubes que acusavam o São Paulo de aliciador.
Com 1m97, foi titular da Copinha em 2016. Não jogou em 2015 e 2017 porque estava nas seleções de base. Em 2019, foi emprestado para o Crystal Palace, mas não aprovou e voltou ao São Paulo.
Sempre tratado como promessa e futuro titular, nunca viu a profecia se concretizar. Com toda a altura, era melhor em bolas rasteiras que no alto. No ano passado, após seis jogos apenas no time principal em 2021, foi emprestado para o Náutico. A janela estava fechando e a diretoria o liberou com a promessa de que, imediatamente, assinaria a prorrogação de contrato por um ano. A extensão nunca foi feita. O São Paulo reclama do empresário e o empresário diz que nunca houve a promessa. Depois de 44 partidas e um título estadual, recebeu uma oferta do Botafogo. Para ficar com ele antes do final do contrato com o Náutico, o Botafogo pagou 250 mil dólares ao São Paulo. Logo veremos, como o dinheiro foi utilizado.
Ao mesmo tempo em que liberava Perri para o Náutico, o São Paulo contratava Jandrei, que era a terceira opção no Santos, atrás de João Paulo e John. E, notem, o São Paulo já havia sido avisado que Volpi, o titular, poderia retornar ao México. Foi o que ocorreu, após perder o lugar para Jandrei.
E Thiago Couto ficou como segundo goleiro. Seu contrato, que terminaria em junho foi renovado até o final do ano. Couto, de 1m88, nascido em 1999, estava no Sâo Paulo desde 2016. Rogério Ceni sempre gostou muito dele e, inclusive, o levou para a Florida Cup, em 2017, em sua primeira passagem como treinador. Era o reserva de Sidão e Denis. Perri estava nas seleções de base. Couto foi campeão da Copinha em 2019, no time que tinha Antony como grande destaque.
Jandrei se machucou em um lance com o zagueiro Léo e o Couto virou titular, tendo Young como reserva. Foi muito mal em um jogo contra o Internacional, 3 x 3 no Beira Rio e defendeu um pênalti em partida contra o América-MG. Um pênalti que ele mesmo fez. O São Paulo decidiu que ele não estava pronto e foi buscar outro goleiro: Felipe Alves, que era reserva de Pegoraro no Juventude. Pagou por ele 200 mil dólares. Sim, utilizou o dinheiro recebido por Perri e ainda ficou com um troco. Atualmente, Thiago Couto é titular do Juventude. Defendeu um pênalti no clássico contra o Caxias. Seu reserva? Pegoraro, que era titular no tempo de Felipe Alves.
No início de 2023, o São Paulo trouxe Rafael, reserva do Galo. Reserva de Everson, um daqueles que não floresceu, sob a sombra de Ceni. Assumiu o posto de titular e está indo bem. Jandrei e Felipe Alves ainda não atuaram.
E essa dança de cadeira dos goleiros poderia ter ainda um outro personagem. Matheus Cunha, 1m93, nascido em 2001 e titular do São Paulo na Copinha de 2020. Foi muito bem e Pedro Smania, gerente de Cotia, tratou por um bom tempo da renovação de seu contrato. Quando o acordo foi firmado, o diretor José Roberto Canassa não aceitou o que estava definido. O procurador de Matheus, que estava se dirigindo a Cotia foi avisado. E levou Matheus para o Flamengo, onde já atuou cinco vezes como titular.
Talvez sem a sombra de Ceni goleiro e com o olhar acurado de Ceni treinador, goleiros como Young, Leandro, Lorenzo e outros possam ter mais sorte.
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