Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Casares, nunca estive tão desanimado e descrente com o São Paulo como agora
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Um segredo que não é segredo para ninguém. Sou torcedor do São Paulo. Há décadas, desde criancinha.
E nunca estive tão desanimado como agora. Não estou desesperado como alguns amigos - Laguna, Gazela, Bulgarelli, Edinho - que acreditam em rebaixamentos. Mas o desânimo e a descrença são enormes.
O São Paulo está condenado à uma "mornidão" eterna. Uma mediocridade sem fim. Uma certeza de que nada vai mudar. Nem agora e nem nos próximos anos.
Dinheiro - A dívida é grande. O programa sócio torcedor ficou abaixo de 40 mil. O contrato com a televisão não é bom. E nada vai melhorar. Dinheiro novo no São Paulo chega com a venda de jogadores e com empréstimos.
Contratações - Eu acompanhei o período de vacas magras entre 1957 e 1970. Nossa alegria era a construção do Morumbi e a certeza que depois viriam craques. Vieram Pedro Rocha, Gérson, Toninho e Forlán. Agora, não há possibilidade de uma grande inversão em um, que dirá quatro, jogadores diferenciados. Estamos condenados a buscar, com telescópio da NASA, diferença entre Alisson e Rato.
Cotia - No momento, não há jogadores capazes de chegar ao time titular. Inclusive Rodriguinho e Caio "desceram".
Presidente - Na remotíssima hipótese de Júlio Casares tomar alguma atitude que rompa a normalidade - Juvenal construiu Cotia e o Reffis - ela será "televisionada" pelo Instagram e virá envolvida em algum nome sedutor. Poderia apostar, mas a verdade é que nada acontecerá, além de postagens em dias de vitória. Não há uma foto de treino em que ele não esteja. Impressionante o excesso.
Belmonte - Já desisti de ver o scout funcionar. Uma contratação como a de Arboleda, mas agora para o ataque ou para o meio? Não é possível? O Fluminense pagou quanto por Lelê, artilheiro do campeonato carioca?
Rogério Ceni - Vejo qualidades nele, mas, no momento, não consigo imaginar que ele consiga fazer esse grupo de jogadores render mais do que está rendendo. Não é questão de apontar culpado, mas de constatar que desse mato não sai coelho, desse match não sai um beijo gostoso. Pelo menos isso. Nem isso.
Azar - Eu, que em nada creio, estou me rendendo à tese do sapo enterrado no Morumbi. São muitas e muitas contusões a cada jogo.
Murro na mesa - Não virá por parte de Casares. Um giro de 180 graus, uma mudança de comportamento. O que interessa é a reeleição. E o Instagram. E como o Instagram pode ajudar na reeleição.
Oposição - Não vejo nada melhor no lado de lá. Alguma coisa pontual, nada mais que isso.
O QUE TEM DE BOM?
A torcida, sofrida, mas grande e apaixonada. E o patrimônio.
Se houvesse um líder, tudo poderia mudar. Mas Olten e Casares estão preocupados em processar torcedores.
Mas não há. Nem procurando com um lampião, como Diógenes nas ruas de Atenas.
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