Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Calleri e Dorival afinaram para Abel. Bananas
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O treinador do Palmeiras é uma pessoa sanguínea. Dá um tom belicoso a um jogo de futebol. Seu comportamento não é o de um "professor" e, sim, de um jogador a mais. No clássico contra o São Paulo deu uma peitada em Calleri, repetindo o que havia feito com Liziero na final do Paulista-21.
Se fosse um jogador, mereceria amarelo. Como é um treinador, o vermelho.
Ao se comportar como um jogador a mais, como um torcedor a mais, ele cria uma união com torcida e jogadores que é ótima para o Palmeiras. A narrativa de "unidos contra tudo e contra todos" tem uma aceitação total.
E há, ou deveria haver o outro lado.
Quando ele encara Calleri, toda a torcida do São Paulo se coloca ao lado de seu jogador. Cria empatia com ele. Há um elo aí. Um elo que é rompido por Calleri ao deixar o campo abraçado com Abel. Um abraço que significa uma banana para a torcida. Um abraço que só é bom para Abel. Ele deixa de ser um mal-educado para ser um cara legal, um pouco esquentado.
E Dorival?
Ele é treinador como Abel.
E fica totalmente omisso quando seu companheiro de profissão dá uma peitada em seu jogador.
Abel fica como um protetor de Mayke e Luan ao encarar Calleri. E Dorival fica como um omisso, um menino bem comportado ao não defender seu jogador.
Não estou defendendo um quebra-pau, uma briga, uma carnificina.
Apenas que Calleri e Dorival - no caso - demonstrem a mesma vontade de ganhar. O mesmo coração quente.
Se Dorival interviesse no momento em que Abel peitou Calleri e se Calleri recusasse o abraço ao final do jogo, o São Paulo perderia o jogo do mesmo jeito, mas cresceria como um grupo.
Coisa que o Palmeiras é há tempos.
Futebol é um jogo psicológico. Não combina com republicanismo, com relacionamentos baseados em diplomacia de punhos de renda. Isso é o Itamaraty.
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