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Oscar Roberto Godói

Para ser árbitro Fifa no Brasil não precisa ter competência

Alexandre Pato Dedé Cruzeiro São Paulo - Marcello Zambrana/Agif
Alexandre Pato Dedé Cruzeiro São Paulo Imagem: Marcello Zambrana/Agif

03/06/2019 17h10

Nossos árbitros continuam coniventes com as atitudes desrespeitosas dos jogadores ao solicitarem a consulta ao VAR e, principalmente, em aceitarem a decisão tomada. Os dois times pressionam antes e um continua descontente depois. Vale lembrar que jogadores e técnicos só fazem aquilo que a arbitragem permite.

Mudou o comando da arbitragem brasileira, mas nossos árbitros continuam perdidos, sem referência e, o que é pior, sem personalidade, com medo de errar. Desaprenderam o que devem fazer em campo e não aprenderam a utilizar o VAR. Estaria havendo conflito de orientações entre Leonardo Gaciba [presidente da Comissão de Árbitros da CBF] e Sérgio Correia [coordenador de VAR]?

Por melhor que seja a tecnologia que está sendo utilizada pela CBF, entendo que no jogo São Paulo x Cruzeiro o árbitro Bráulio Machado acertou em não marcar pênalti de toque no braço de Anderson Martins, favorável ao Cruzeiro. Também acertou, se é que viu, em não marcar pênalti de Dedé em Vitor Bueno.

As imagens não são claras se a bola bate no braço esquerdo de Anderson Martins. Se tocou, o pênalti deveria ter sido marcado. Se bateu no braço direito, o lance foi legal. Me chamou a atenção a maneira que o zagueiro do São Paulo aterrissa no gramado com o corpo curvado, querendo induzir que a bola teria batido na região do estômago.

Então, a atitude do jogador entrega que a bola tocou nele, mas onde? Chamado para olhar no monitor do VAR, o árbitro gesticula demonstrando que não fica claro se foi no braço direito ou no esquerdo. Também acertou em não entender como pênalti a bola que toca no braço do Toró.

O gol marcado por Fred foi corretamente anulado por impedimento. Só não entendi do que o goleiro são paulino Volpi reclamou após o gol que sofreu na falta cobrada por Thiago Neves. A barreira que não ficou na posição correta foi a do São Paulo. O cartão vermelho mostrado para Igor Vinicius foi correto.

Excesso de incompetência mostrou o árbitro Rodolpho Toski (Fifa) ao precisar recorrer ao VAR para marcar pênalti para a Chapecoense. Como ele não conseguiu ver que a bola tocou no braço do Deyverson?

Outro que exagerou na dose de incompetência foi Wagner Reway (também Fifa), ao não ter coragem de expulsar Airton, do Fluminense, com cartão vermelho direto pela entrada que deu no jogador do Athletico Paranaense. Precisou do VAR para anular o segundo amarelo. Uma vergonha.

Para ser árbitro Fifa no Brasil não precisa ter competência e sim quem indica. Até quando Leonardo Gaciba vai ser conivente com tudo isso?

Oscar Roberto Godói