Nova comandante de arbitragem é competente. Será que terá independência?
No encerramento do calendário futebolístico profissional convivemos com as especulações e escolhas dos melhores. Melhor jogador, árbitro, técnico, equipe, dirigente, torcida e outras preferências.
Embora já tenha participado, nunca gostei de indicar o melhor por uma razão muito simples: a falta de condições e vontade de ver tudo e todos em ação. Então, como posso afirmar que fulano ou ciclano foi o melhor nisso ou naquilo? Uma questão pessoal de ser justo com eles e comigo mesmo.
Se alguém foi escolhido e premiado, algum mérito teve. Assim sendo, analisando os nomes premiados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) - Wilton Sampaio, Boschilia, Vilarinho e Guarizo -, entendo que se não foi uma escolha unânime, também não foi tão injusta.
Todos os "melhores" árbitros cometeram erros grosseiros. Mas, com o apoio da tecnologia do VAR, tiveram a possibilidade de corrigi-los. Se não o fizeram, deixam uma dúvida que, pelo silêncio institucional, jamais será esclarecida. A "opinião" do VAR foi equivocada ou o árbitro de campo foi teimoso?
O importante é que, mesmo lentamente, tivemos uma evolução e aperfeiçoamento no uso da tecnologia do VAR e seus critérios. Nas últimas rodadas do Brasileirão, quando tudo ficou definido em cima, no meio e embaixo da tabela de classificação, os acertos foram maiores e mais importantes do que alguns equívocos que não interferiram no placar final do respectivo jogo.
A Federação Paulista de Futebol, mais uma vez, vai utilizar a tecnologia do VAR somente nos jogos eliminatórios do Paulistão A-1. Pensando em melhorar o comportamento e desempenho dos árbitros, o presidente Reinaldo Bastos mudou o comando da arbitragem.
Dionísio Roberto Domingos, o homem de confiança do presidente, está sendo substituído por Ana Paula Oliveira, mulher da confiança do presidente. Já há algum tempo, Ana Paula vem trabalhando na parte administrativa da arbitragem na CBF.
Personalidade, liderança e conhecimento para comandar a Comissão de Arbitragem da FPF ela tem. Respeitada e querida pelos antigos companheiros também é. Só resta saber se conseguirá desempenhar suas funções com independência. Acho difícil.
Infelizmente, ainda, os presidentes de Confederação e Federações utilizam muito a cabeça do árbitro como moeda de troca por votos nas eleições e intermináveis reeleições.
É a sede pelo poder.
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