Oposição vê Palmeiras perdido em busca de técnico. Clube vê rumo definido
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A demissão de Vanderlei Luxemburgo não aliviou a pressão sobre Maurício Galiotte. Pelo contrário, conselheiros oposicionistas criticam o dirigente até pelo processo de escolha do substituto. Os críticos afirmam que o cartola e sua diretoria estão perdidos e que muita gente dá palpite no futebol. Também voltam à superfície queixas sobre a montagem do time, com jogadores caros e que não renderam o esperado e a respeito da situação financeira do clube.
No entendimento da diretoria, porém, as queixas têm fundo político porque são disparadas por membros da oposição.
A crítica de que Galiotte está perdido é sustentada pelos nomes ventilados para ocupar a vaga deixada por Luxa. Miguel Ángel Ramírez, Rogério Ceni, Guto Ferreira e o já descartado ex-lateral Arce formam, na opinião de opositores, um pacote de técnicos com características diferentes, configurando que a diretoria não sabe o que quer.
Um dos motivos para essa suposta falta de rumo, segundo os opositores, seria o fato de muita gente opinar no departamento de futebol.
Porém, na concepção da diretoria não há desorientação na busca pelo novo treinador. O argumento é o de que o perfil está traçado. O profissional escolhido deverá implantar o modelo de jogo definido pela direção, com intensidade, dinâmica e ofensividade. Ramírez é a primeira opção.
O argumento de que há excesso de gente dando opiniões nos assuntos relativos ao futebol também é rechaçado pela cúpula. O discurso é de que as decisões do departamento são tomadas por Galiotte com o conselho gestor, formado pelos quatro vices e pelo diretor financeiro.
Curiosamente, antes de esse grupo de gestores ser formado, o presidente palmeirense era criticado, até por situacionistas, por supostamente só ouvir Alexandre Mattos, ex-executivo de futebol do clube.
A direção não nega que a situação financeira é difícil, mas responsabiliza os reflexos da pandemia de covid-19. O cálculo é de que o Palmeiras vai faturar em 2020 cerca de R$ 200 milhões a menos do que o previsto. Isso significa cerca de 35% de redução em relação à receita estimada na previsão orçamentária.
Mattos é lembrado novamente pelos opositores. Eles afirmam que Galiotte não completou a reformulação do elenco, que continua com alguns jogadores caros, que assinaram contratos longos e que não justificam o investimento. Ramires, que assinou por quatro anos, é um dos exemplos mais citados.
Os insatisfeitos classificam a situação financeira do clube como preocupante e culpam principalmente esses contratos longos com atletas que teriam sido supervalorizados no momento de suas contratações.
Porém, na avaliação na da diretoria as medidas necessárias para o enfrentamento das dificuldades financeiras estão sendo tomadas. São citados ajustes financeiros por meio da venda de atletas e redução da folha de pagamento, sem perder a competitividade, na opinião dos gestores.
Os críticos discordam e criticam a qualidade do time, o que é rebatido com o título Paulista e o bom desempenho na Libertadores.
Na visão da diretoria houve empenho e bons resultados para reformular o elenco, vendendo ou emprestando jogadores caros, com rendimento inferior ao esperado. Vale lembrar que, recentemente, Bruno Henrique, constantemente criticado pela torcida, foi vendido para o Al-Ittihad, da Arábia Saudita.
Conforme apurou o blog, dois fatores impediram uma reformulação maior. Um deles foi a recusa de parte dos jogadores em deixar o Palmeiras diante das possibilidades que apareceram. O outro foi a estratégia de manter um núcleo experiente para dar suporte aos jovens da base que ganharam espaço.
Garotos como Patrick de Paula, Gabriel Menino e Gabriel Veron são vistos como garantia de que o alviverde poderia amenizar suas dificuldades financeiras. Bastaria colocar um deles à venda. Porém, Galiotte decidiu que não é o momento de botar os jovens no balcão de negócios. O presidente espera bons resultados esportivos com eles.
Além dos de novatos promissores, o técnico escolhido também encontrará um ambiente político de muita pressão por títulos e sem aumento nos gastos. Isso inclui o salário do futuro comandante.
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