Oposição ataca festa de Leila no clube com brindes. Ela fala em aniversário
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A chapa "Todos Palmeiras", de oposição à atual gestão no clube, fez um protesto formal contra festa promovida pela conselheira Leila Pereira com sorteio de brindes na sede do alviverde. Como ela será candidata à reeleição no Conselho Deliberativo, os opositores alegam que o evento foi político. Em carta enviada ao presidente da agremiação, Maurício Galiotte, e a Seraphim Del Grande, que preside o conselho, na última sexta (20), o grupo pede que candidatos sejam proibidos de distribuir brindes aos eleitores, que, nesse caso, são os sócios. O documento não cita o nome de Leila, mas ela é mencionada em nota oficial da chapa sobre o assunto.
Por sua vez, a dona da Crefisa ao lado de seu marido, José Roberto Lamacchia, também conselheiro, afirmou ao blog, por meio de sua assessoria de imprensa, que a festa celebrou seu aniversário e que não foi um evento político. Lamacchia também pretende tentar a reeleição no Conselho em fevereiro de 2021.
Após a publicação da primeira versão do post, o blog recebeu vídeo no qual a empresária aparece no evento, sem máscara, distribuindo brindes e vestindo camiseta com a inscrição "Leila Pereira para conselheira". A mensagem é reproduzida num painel junto ao palco.
Indagada sobre o vídeo, a assessoria de Leila reafirmou se tratar de festa de aniversário em espaço alugado por ela. Sobre a falta de máscara, a resposta foi de que ela foi retirada para que a conselheira pudesse falar ao microfone sem estar estar perto das mesas com os convidados. A imagem mostra que a maioria dos presentes usava máscaras.
"Entre as reclamações, a chapa afirma ser absurda e inapropriada a distribuição de brindes e presentes a eleitores, mencionando regulamentação da Justiça Eleitoral que considera tais atividades ilegais", diz trecho do comunicado divulgado pelo grupo de oposição.
Em seguida, a nota cita a dona da Crefisa e da Fam, também patrocinadora do Palmeiras.
"No último dia 12 de novembro Leila Pereira promoveu uma festa de lançamento da sua candidatura nas dependências do clube e sorteou televisões, bicicletas e até geladeiras entre os presentes", aponta a nota.
Segundo a assessoria de imprensa da empresária, não havia geladeira entre os brindes, mas frigobar, assim como os outros objetos citados.
As medidas de prevenção contra a covid-19 também foram lembradas pelos opositores. "Além disso, o grupo cobra respeito aos protocolos sanitários em razão do surto de covid, que coincidentemente atingiu grande parte dos jogadores e dirigentes nos dias posteriores. Pelas imagens da festa, é possível verificar aglomerações em local fechado e falta do uso de máscaras, inclusive pela patrocinadora". Leila nega desrespeito às regras de combate à transmissão do vírus.
Outras queixas dos opositores referem-se ao uso do espaço no clube pela conselheira e ao fato de eles ainda não saberem quando será o pleito. A "Todos Palmeiras" sugere que candidatos aliados à diretoria já têm conhecimento de quando a votação vai ocorrer.
"A título de exemplo que deve inspirar a Sociedade Esportiva Palmeiras, o Ministério Público Federal aponta que é proibido: usar materiais ou imóveis pertencentes à União, estados, Distrito Federal, territórios ou municípios para beneficiar campanha de candidato ou partido; distribuir camisetas, chaveiros, bonés, canetas, brindes, cestas básicas ou quaisquer outros bens ou materiais que possam proporcionar vantagem ao eleitor", diz a carta enviada pelos opositores para Galiotte e Del Grande.
No documento, o grupo solicita que "seja terminantemente proibida a distribuição, por parte dos candidatos e chapas, de brindes, presentes, artigos e quaisquer bens que propiciem vantagem, econômica ou de qualquer outro tipo, ao eleitor".
Também é solicitado que todas as chapas interessadas em participar da votação formem uma comissão para criar normas relativas ao pleito e que seja "vedada, antes da convocação das eleições, propaganda eleitoral".
A "Todos Palmeiras" elegeu 25 conselheiros no último pleito.
A resposta de Leila Pereira
Procurada pelo blog, Leila rebateu as queixas dos opositores. Disse que o evento que gerou polêmica celebrou seu aniversário, que aconteceu em 11 de novembro, mas a festa foi no dia seguinte para não ser realizada na mesma data de jogo do Palmeiras com o Ceará. Abaixo, leia a resposta da conselheira na íntegra.
"Eu aluguei o espaço e paguei pelo evento (comida, bebida e serviços). Foi minha festa de aniversário com meus amigos. Esse espaço pode ser alugado por qualquer associado. Seria muito bom que outros fizessem a mesma coisa, alugando espaço do clube e gerando recursos nesse momento em que as receitas diminuíram. Sempre faço no clube festa do Dia das Crianças, Natal, Páscoa, Dia dos Pais e Dia das Mães. Faço como parceira do clube. Não faço campanha política, não sei porque estão dizendo isso. Sempre dei presentes nas festas. Dia das crianças, no ano passado, foram dois mil presentes. Sou parceira do clube. Tem um conselheiro, meu amigo, que não está mais aqui, que me disse algo que nunca esqueci: 'eu te respeito porque, diferentemente de outras pessoas quem vêm aqui (no clube) para tirar, você vem para colocar'."
Segundo a empresária, o evento respeitou regras sanitárias, como uso de máscara, álcool em gel e distanciamento nas mesas que só podiam ser compartilhadas por pessoas da mesma família.
Além do vídeo com a distribuição de brindes, o blog recebeu, depois da publicação do post, filmagem do evento postada em rede social pela empresária e na qual ela pede votos. "É meu aniversário, e eu gostaria de pedir esse presente pra vocês: no dia 6 de fevereiro de 2021, votar em Leila Pereira", discursa ela.
A publicação é acompanhada de texto no qual diz que "ontem foi um dia muito especial, além de celebrar o meu aniversário, também tive a oportunidade de celebrar o início da minha campanha em busca da reeleição no conselho do Palmeiras!".
Indagada por meio de sua assessoria, a dona da Crefisa enviou nova resposta.
"Eu estou desde sempre em campanha, porque trabalho diariamente para um Palmeiras cada dia melhor, é assim que penso e é assim que todos deveriam agir.
Algumas pessoas, ainda bem que são poucas, acham que pelo fato de ser mulher, vou baixar a cabeça pra eles, eu não vou, não me submeto a preconceito e muito menos a pressão.
Não há nada que o estatuto proíba neste sentido, eu preferi fazer minha festa de aniversário dentro do clube, com meus amigos que são sócios do Palmeiras, me sinto muito feliz por estar dentro do Palmeiras.
Como sempre disse, é no Palmeiras que me sinto muito bem e a resposta para quem pensa que me afastam do sócio e do Palmeiras é a seguinte: sou candidata para buscar incessantemente a melhora do Clube, sou candidata e vou frequentar o Palmeiras sempre, os sócios me veem lá nas alamedas, sou candidata porque sei que posso colaborar sempre e muito com o Palmeiras e sei que algumas pessoas vão ficar incomodadas, mas aí pergunto, o que essas pessoas fizeram pelo Palmeiras?", disse Leila.
A resposta do presidente do conselho
Procurado pelo blog, Seraphim Del Grande, disse que ainda não havia respondido à carta enviada pela chapa "Todos Palmeiras" porque aguarda Galiotte com o objetivo de fazer uma resposta em conjunto. Segundo ele, o presidente do clube é o responsável pela assembleia em que os novos conselheiros serão escolhidos.
O presidente do conselho afirmou que Leila não cometeu irregularidades.
Abaixo, veja a resposta completa de Del Grande ao blog.
"Em primeiro lugar, ela alugou a dependência do clube. Todo associado tem o direito de alugar, desde que obedeça as orientações da Secretaria da Saúde. O Palmeiras não cedeu o salão gratuitamente. E foi uma festa de aniversário. O estatuto não fala nada sobre quem quer se candidatar ao conselho não poder distribuir brindes. Podemos pensar nisso, colocar em discussão. Não tem casos de candidatos que se reúnem para comer pizza? Não tem proibição. E Leila ainda não é candidata. A inscrição da candidatura só pode ser feita 30 dias antes da eleição. Quem conhece o estatuto sabe que a votação para conselheiro do clube é na primeira quinzena de fevereiro. Então, esse ano, só pode ser 6 ou 14 de fevereiro. Como 14 é Carnaval, só pode ser dia 6. Ninguém tem informação privilegiada. É só conhecer um pouco o estatuto".
Procurado por meio de sua assessoria de imprensa, Galiotte não respondeu ao blog até a conclusão deste post. Ele estava se deslocando para o Equador com o time no momento em que o questionamento foi feito.
Confira na íntegra a nota divulgada pela "Todos Palmeiras".
"A Chapa Todos Palmeiras, de oposição a gestão Maurício Galiotte, enviou na última sexta-feira uma carta apontando para práticas que considera inapropriadas e cobrando um posicionamento da diretoria tendo em vista as eleições para o Conselho Deliberativo do clube, que ocorrerão no começo do próximo ano.
No documento, o grupo cobra separação entre a gestão e os pleitos eleitorais. A Chapa aponta que sequer foi informada sobre a data das eleições, mas que outros candidatos aliados à diretoria não apenas já a divulgam como também têm feito campanhas rompendo os limites aceitáveis para um processo democrático sadio.
Entre as reclamações, a Chapa afirma ser _absurda e inapropriada a distribuição de brindes e presentes a eleitores_, mencionando regulamentação da justiça eleitoral que considera tais atividades ilegais.
No último dia 12 de novembro Leila Pereira promoveu uma festa de lançamento da sua candidatura nas dependências do clube e sorteou televisões, bicicletas e até geladeiras entre os presentes. A ação gerou constrangimento inclusive entre membros da situação.
Além disso, o grupo cobra respeito aos protocolos sanitários em razão do surto de Covid, que coincidentemente atingiu grande parte dos jogadores e dirigentes nos dias posteriores. Pelas imagens da festa, é possível verificar aglomerações em local fechado e falta do uso de máscaras, inclusive pela patrocinadora.
Por fim, a Chapa solicita ao Presidente, Maurício Galiotte, e ao presidente do Conselho Deliberativo, Seraphim Del Grande, que sejam adotadas medidas para garantir a isonomia nas eleições, incluindo a proibição da distribuição de itens que gerem vantagem econômica a eleitores em eventos de candidatos, bem como a vedação de atividades eleitorais antes da formalização da disputa e publicação do edital de convocação".
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