Topo

Perrone

Abel e Cuca brilharam na final, mas brasileiro foi injusto com ele mesmo

Abel Ferreira, treinador do Palmeiras, levanta taça da Libertadores da América no Maracanã - Ricardo Moraes/Getty Images
Abel Ferreira, treinador do Palmeiras, levanta taça da Libertadores da América no Maracanã Imagem: Ricardo Moraes/Getty Images

.

30/01/2021 20h19

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

O Palmeiras fez história ao conquistar seu segundo título da Libertadores batendo o Santos por 1 a 0, neste sábado (30), no Maracanã, num jogo protagonizado pelos dois treinadores.

Abel Ferreira e Cuca trabalharam tão bem que candidatos a decidir a partida, como Marinho e Weverton, não brilharam.

Tanto o português como o brasileiro mostraram ter estudado à exaustão o adversário e conseguiram anular suas principais jogadas.

Maior prova disso é o gol do título, marcado por Breno Lopes, só ter acontecido aos 53 minutos do segundo tempo e na única finalização certa do Palmeiras na partida, de acordo com o o SofaScore. O Santos acertou duas conclusões.

A produtividade dos ataques não foi reflexo de um futebol medroso. Mas da eficiência da leitura que os treinadores fizeram da maneira de jogar do oponente e da concentração dos jogadores para executar suas funções. Todos estiveram ligados quase que o tempo inteiro. Aula de aplicação dos dois lados.

Num raro cochilo da defesa santista, Breno Lopes fez o gol do título, aos 53 minutos. Um pouco antes, as histórias de Cuca e Abel na decisão começaram a se separar.

Dois minutos antes do gol palmeirense, Cuca havia sido expulso após protagonizar uma cena bizarra. O treinador tentou pegar a bola, que tinha saído de campo, e se enroscou com Marcos Rocha. Levou cartão vermelho.

Para este blogueiro, não houve injustiça na expulsão. Injusto foi o que Cuca fez com ele mesmo. Encerrou uma campanha na qual fez excelente trabalho com uma imagem negativa e que já entrou para história da decisão. Ele não merecia isso.

Sua expulsão desconcentrou o Santos, que levou o gol em seguida? Difícil dizer.

Mas essa é a última imagem em campo que ele deixa na competição depois de um trabalho excelente na temporada. Cuca foi treinador e gestor de um Santos que superou punição da Fifa, salários atrasados, surto de Covid-19 e até impeachment de presidente, graças, principalmente, à sua blindagem. O treinador santista atuou praticamente como diretor de futebol.

No gramado, ele armou uma equipe rápida, ofensiva e deu espaço e segurança para bons jogadores formados no clube. Mas se despediu da competição prejudicando sua própria imagem.

Enquanto isso, Abel fechou seu ato final na Libertadores ostentando faixa de campeão, a fama de estudioso e de técnico capaz de se adaptar rapidamente a um novo time, a um novo país e a um novo continente, agora dominado pelo seu eficiente Palmeiras.