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REPORTAGEM

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Palmeiras tenta título mundial com três jogadores que o Corinthians desejou

Gustavo Scarpa comemora gol pelo Palmeiras contra o Libertad nas quartas de final da Libertadores - Cesar Greco
Gustavo Scarpa comemora gol pelo Palmeiras contra o Libertad nas quartas de final da Libertadores Imagem: Cesar Greco

05/02/2021 12h00

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Era final de uma tarde de janeiro de 2015. O e-mail enviado pelo Dínamo de Kiev para selar a venda de Dudu tinha o nome do Corinthians e de seu presidente na ocasião, Mario Gobbi.

No entanto, a negociação com o alvinegro havia emperrado porque o cartola não concordou com os valores acertados por sua diretoria.

Alexandre Mattos, que era diretor executivo do Palmeiras, aproveitou a brecha. Convenceu o atacante a jogar pelo alviverde. Conforme apuração do blog, o executivo, então, pegou o documento enviado pelos ucranianos, trocou o nome do clube comprador e de seu presidente, incluindo os de Palmeiras e Paulo Nobre, e fechou o negócio com as bases acertadas entre o concorrente e a agremiação de Kiev. Já estava tudo mastigado.

O episódio deu início a uma série de negociações feitas pelo Palmeiras envolvendo jogadores que o Corinthians desejava.

Como resultado dessas operações, o alviverde tem em seu time campeão da Libertadores e que tenta a taça do Mundial de Clubes pelo menos três jogadores que foram pretendidos pelo alvinegro.

Rony é o caso mais fresco na memória dos torcedores, mas Zé Rafael e Gustavo Scarpa também entram nessa conta.

Um dos fatores que ajudam a explicar tal situação é o fato de Mattos ter adotado a política de, além de reforçar o alviverde, procurar dificultar o acesso dos principais adversários aos atletas mais cobiçados do mercado.

Zé Rafael, contratado em novembro de 2018 para vestir a camisa palmeirense, por exemplo, tinha um acordo de preferência com o Palmeiras, assim como seu clube na ocasião, o Bahia.

Fonte que participou da negociação disse que o alviverde conseguiu a prioridade quando Artur, emprestado para os baianos, tinha proposta para sair, em julho de 2018. Mas o Palmeiras o deixou no time de Salvador mediante o direito de ser avisado se algum clube fizesse oferta por Zé Rafael. Igualando a quantia, o alviverde ficaria com o jogador.

Lucas Mineiro, empresário de Zé Rafael, confirmou ao blog que o meio-campista e o tricolor baiano tinham assinado a preferência com o Palmeiras.

Guilherme Bellintani, presidente do Bahia, também confirma a preferência do alviverde, mas nega que ela estivesse atrelada à permanência de Artur. Ele ainda diz que não recebeu oferta do Corinthians na ocasião.

"Não foi uma coisa em função da outra. Nosso contrato de empréstimo de Artur já impedia a saída dele no meio do ano. Mas ainda assim nós demos preferência ao Palmeiras pela proximidade que temos e por ter sido o primeiro a manifestar interesse real em Zé Rafael. O Corinthians nunca fez proposta, não. Nem houve uma sondagem concreta. No caso de Zé Rafael não houve essa disputa entre os dois clubes", escreveu presidente do Bahia, em mensagem pelo celular.

Em 2018, este blogueiro e o jornalista PVC noticiaram o interesse corintiano e a ação do Palmeiras para bloquear Zé Rafael para os rivais. O Cruzeiro também tinha o volante em sua mira.

No início de 2018, o Palmeiras já tinha contratado outro jogador que despertara o desejo corintiano, Gustavo Scarpa. Ele havia entrado na Justiça para se desligar do Fluminense.

Na ocasião, Mattos obteve a informação de que Corinthians e Atlético-MG tentavam a contratação. O cartola, que deixou o Palmeiras no fim de 2019, convenceu o pai e o agente de Scarpa a fecharem com o alviverde, conforme apurou o blog.

Cartola corintiano confirmou a este blogueiro que o alvinegro queria Scarpa e, mais recentemente, Rony.

O atacante foi contratado no início de 2020, já sem a presença de Mattos, depois de uma dura negociação com o Athletico Paranaense em meio ao interesse corintiano.

Todas essas operações terminaram com o Allianz Parque como a casa desses jogadores, não só pela postura agressiva do Palmeiras no mercado. O resultado é fruto também da vantagem financeira aberta sobre o Corinthians nos últimos anos.

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