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FPF cria novo protocolo, mas MP mantém recomendação de suspensão de jogos
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A Federação Paulista de Futebol criou um protocolo específico para tentar fazer com que os jogos de futebol no estado continuem acontecendo durante a fase emergencial estabelecida pelo governo estadual para combater a pandemia de covid-19. A novidade, no entanto, não foi suficiente para convencer o Ministério Público de São Paulo a mudar sua recomendação de proibição durante esse período. Inicialmente, a restrição, que começou nesta segunda (15), vai até o próximo dia 30.
Como o Governo de São Paulo só admite mudar sua decisão se houver uma nova recomendação do MP, que pediu a paralisação, os jogos continuam suspensos.
Nesta terça, haverá reunião entre clubes e federação para que uma posição seja tomada. A principal ideia é fazer as partidas em outros estados.
A tentativa foi feita pela FPF junto ao MP na noite desta segunda. A informação foi publicada primeiro pelo "Globoesporte.com" e confirmada pelo blog.
O novo protocolo ressalta que Conmebol e CBF mantêm seus calendários. Os jogos poderão ser agendados para outros estados ou até para outros países.
A proposta prevê redução de partidas organizadas pela FPF durante a fase emergencial. O documento indica que de 75 jogos previstos nas três divisões estaduais, apenas 33 aconteceriam. Porém, os 25 jogos agendados para o Paulistão seriam mantidos. Seriam disputadas 8 de 25 partidas da A-2 e todas da A-3 seriam suspensas.
Delegações dos clubes e profissionais da FPF (arbitragem e delegados) seriam inseridos numa bolha de segurança, com controle de saúde e logístico. A circulação aconteceria apenas nos trajetos entre hotéis, CTs e estádios.
O protocolo também fala em testagem antes e depois de cada partida e fiscalização por parte da FPF em relação à limpeza nos estádios nos dias de jogos.
Foi planejada uma redução na quantidade de profissionais envolvidos em cada partida. O número cairia de 179 para 54 pessoas por jogo.
O protocolo se preocupa em tentar evitar aglomerações de torcedores fora dos estádios. O documento fala em compromisso com a Polícia Militar e Guardas Civis de trabalho junto às principais torcidas organizadas para evitar aglomerações em dias de jogos.
Outro argumento usado em vão para tentar derrubar o veto foi a realização de campanhas de conscientização pelo distanciamento social e pela vacinação. Os jogadores entrariam em campo usando máscaras para estimular a torcida a fazer o mesmo.
Na manhã desta terça-feira, a FPF publicou a seguinte nota oficial:
"A Federação Paulista de Futebol comunica que se reuniu nesta segunda-feira (15) pela manhã com o Governo do Estado de São Paulo e, à noite, com o Ministério Público Estadual para tratar da paralisação do esporte na Fase Emergencial.
Nos dois encontros, a FPF apresentou um estudo e uma proposta baseada em critérios médicos e científicos, que embasavam o pedido de liberação parcial do futebol neste período, com menos jogos, menos pessoas envolvidas, testes antes e depois de cada partida e uma "bolha de segurança" para atletas e comissões técnicas. Para conhecimento público, abaixo listamos os argumentos:
1- Assim como os restaurantes, que estão impedidos de receber clientes em seus salões e têm funcionado com sistema de delivery, o futebol segue sem público nos estádios, entregando ao torcedor, na sua casa, os jogos por meio de transmissões. No entanto, o futebol é a atividade econômica que possui um rigoroso e inédito protocolo de saúde, com testagens semanais de seus colaboradores e acompanhamento médico diário. Com a paralisação, mais de 3.000 atletas, membros de comissões técnicas e funcionários das agremiações param de ter esse controle médico;
2- O rígido controle faz com que o futebol tenha uma taxa de positividade de 2,2% --15 vezes inferior à taxa do Estado de São Paulo e menor do que a metade do que o número recomendado pela OMS para controle da pandemia (5%). E, como a grande maioria dos atletas que contraíram COVID-19 são assintomáticos, esta testagem ativa permite identificar e isolar imediatamente o profissional, evitando a contaminação de mais pessoas;
3- Na apresentação de quinta-feira (11/3), em que anunciou a Fase Emergencial, o Governo do Estado de São Paulo utilizou um slide em que citou como exemplo países que adotaram medidas restritivas. Em nenhum dos países listados pelo Governo, o futebol foi paralisado na segunda onda de COVID-19, o que demonstra que não há qualquer referência científica internacional que embase a decisão de paralisação do futebol para combate à doença;
4- A partir do anúncio da paralisação do futebol, a FPF estudou alternativas e elaborou, com base em dados científicos, um protocolo ainda mais rigoroso para proteger atletas, comissões técnicas, árbitros e os profissionais do futebol. O documento prevê a redução de 56% da quantidade de partidas disputadas no período da Fase Emergencial, com a suspensão temporária da Série A3 e parcial da Série A2 do Campeonato Paulista --a Série A1 teria seus 24 jogos realizados. Para assegurar ainda maior segurança aos profissionais, o novo protocolo criava novamente o conceito de "Bolha de Segurança", com todas as delegações testadas e isoladas em hotéis ou centros de treinamento até o fim deste período. Sem qualquer contato externo, os clubes se deslocariam apenas para os estádios (totalmente desinfetados) e retornariam para seus alojamentos, com testagens antes e depois das partidas. Além disso, o número de profissionais de operação de jogo nos estádios seria reduzido em 70%, com um esforço coletivo de comunicação para conscientizar torcedores da necessidade do isolamento social.
A FPF esclarece que, embora todas as medidas tenham sido bem recebidas pelo Governo de São Paulo e pelo Ministério Público, o pleito foi rejeitado sob argumentos que fogem de qualquer conceito médico e científico já visto mundialmente no combate à COVID-19. Nesta tarde (16), a FPF e os clubes das Séries A1, A2 e A3 se reunirão novamente para discutir as medidas que serão tomadas, garantindo a conclusão das competições em suas datas programadas."
O Ministério Público também publicou em seu site uma nota sobre o assunto. Confira abaixo.
"Em reunião realizada nesta segunda-feira (15/3) entre representantes da Federação Paulista de Futebol e membros do gabinete de crise da covid-19 do MPSP, a instituição reiterou que os altos índices de ocupação dos leitos de UTI em todo o Estado e a maior transmissibilidade das novas variantes do coronavírus exigem, para o enfrentamento da pandemia, a menor circulação de pessoas possível. Assim, o MPSP, orientado pelos médicos que integram o gabinete de crise, mantém a sua recomendação, acatada pelo governo estadual, no sentido de suspender os jogos de futebol e as atividades religiosas de caráter coletivo".
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