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Risco de desgaste em imagem pesou para clubes evitarem ação contra governo
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O receio de ficarem com a imagem arranhada pesou na decisão da maioria dos clubes que votaram contra a ida à Justiça para derrubar a suspensão dos jogos de futebol em São Paulo.
Votação feita durante videoconferência promovida pela Federação Paulista nesta quinta (18) terminou com nove votos contra a Judicialização do caso e sete a favor.
Entre os que votaram contra, há o entendimento de que ir aos tribunais poderia gerar expressiva reação negativa da opinião pública. Isso porque as partidas foram suspensas como parte das medidas anunciadas pelo Governo de São Paulo para tentar combater a pior fase da pandemia de covid-19 no estado e no país.
A avaliação é de que os clubes corriam o risco de serem tratados como negacionistas se fossem aos tribunais contra uma regra que prega o distanciamento social no combate à transmissão do vírus.
Também teve peso na decisão que rejeitou a ida à Justiça neste momento a vontade dos clubes de evitarem uma guerra com governo estadual e Ministério Público. Foi dada mais uma chance para uma solução menos traumática. A judicialização não está descartada num novo momento, mas é uma ideia que perdeu força.
Também contribuiu para a decisão a falta de segurança de que uma investida jurídica teria grande chance de êxito.
Como mostrou a coluna do jornalista Danilo Lavieri no UOL, votaram contra o ingresso na Justiça: Palmeiras, Corinthians, Santos, Santo André, Botafogo, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Ferroviária e São Caetano.
São Paulo, Inter de Limeira, São Bento, Mirassol, Novorizontino, Guarani e Ituano votaram a favor do enfrentamento jurídico.
Apesar da posição que tomaram, os clubes que votaram contra a judicialização são contrários à suspensão e defendem os protocolos da FPF. Tanto o que vinha sendo usado quanto o novo, em formato de bolha, produzido para tentar fazer com que o MP retirasse sua orientação pela suspensão dos jogos.
O governador João Doria acatou recomendação do Ministério Público paulista para suspender atividades esportivas coletivas e cultos religiosos durante a fase emergencial de combate à pandemia. A alegação é de que é preciso diminuir a circulação de pessoas para enfraquecer a transmissão do vírus.
Único dos clubes considerados grandes do estado a votar pela judicialização, o São Paulo justifica seu voto com a confiança de que o protocolo usado no futebol paulista é seguro e diz se basear em dados científicos. A direção tricolor aponta que sua posição não é de confronto com estado e MP, mas é de defesa das práticas de prevenção adotadas no futebol paulista.
Um dos argumentos discutidos pela FPF e pelos clubes para uma eventual ação na Justiça é o de que não há comprovação de que o protocolo é falho. Na próxima segunda (22), os dirigentes voltam a se reunir para discutir sobre a situação do campeonato.
Até a conclusão deste post não havia uma opção definida para retomar a competição com jogos em outro estado. Nova reunião acontece na próxima segunda. Diante do impasse, a quinta rodada não acontecerá neste fim de semana. Inicialmente, a suspensão vale até o próximo dia 30, mas pode ser ampliada pelo governador.
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