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Contas barradas de Andrés devem ir para comissão de ética na próxima semana

 Andrés Sanchez, em 2018 - Daniel Vorley/AGIF
Andrés Sanchez, em 2018 Imagem: Daniel Vorley/AGIF

06/05/2021 04h00

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Você pode ter estranhado que depois de muito barulho pouco se fala sobre a reprovação das contas de 2019 do Corinthians.

O silêncio se deve ao fato de o caso ainda não ter sido encaminhado à comissão de ética e disciplina do Conselho Deliberativo do Alvinegro. O órgão irá averiguar possíveis práticas irregulares na gestão de Andrés Sanchez em 2019.

Alexandre Husni, presidente do Conselho Deliberativo, deve encaminhar o assunto para a comissão de ética e disciplina na próxima semana.

Isso ainda não foi feito porque até a noite desta quarta (5) a ata da reunião em que as contas de 2019 foram rejeitadas ainda não tinha ficado pronta.

Husni, que foi vice-presidente de Andrés, deve preparar um relatório explicando o encaminhamento para a comissão de ética e disciplina, acompanhado de cópia da legislação que trata do tema.

A comissão deverá analisar, principalmente, se houve desrespeito ao estatuto do clube, gestão temerária ou irregular, prática de crime e quem são os eventuais responsáveis.

Depois da análise, a comissão apresenta seu parecer ao Conselho Deliberativo que irá decidir sobre eventuais punições a Sanchez e a outros dirigentes. Se for o caso, pode haver ação na Justiça para pedir que cartolas façam ressarcimentos ao clube.

A comissão de ética é presidida por André Luiz de Oliveira, histórico aliado de Andrés. Husni foi vice-presidente na última gestão de Sanchez. Duílio Monteiro Alves, atual presidente, era diretor de futebol de Andrés.

A discussão sobre se houve gestão temerária é importante porque a Lei Pelé, diz que "o dirigente será considerado inelegível por 10 (dez) anos para cargos eletivos em qualquer entidade desportiva profissional, caso constatada sua responsabilidade" em atos de gestão irregular ou temerária.

A lei 13.155, que trata do Profut (refinanciamento das dívidas dos clubes com a União) detalha o que caracteriza gestão temerária. Um dos atos é "formar déficit ou prejuízo anual acima de 20% (vinte por cento) da receita bruta apurada no ano anterior".

Em 2019, o Corinthians registrou déficit líquido de R$ 195.476.000. E a receita total obtida em 2018 foi de R$ 469,9 milhões, de acordo com dados do balanço do clube. Ou seja, o percentual estipulado pelo Profut foi ultrapassado.

Enquanto o caso não é enviado para a comissão de ética e disciplina, conselheiros da oposição têm discutido possíveis medidas.