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Nova Liga: pedido da CBF por teste de covid para cartolas incomodou clubes
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Um pedido da CBF para que os presidentes de clubes fizessem testes de covid antes da reunião desta terça (15) na entidade incomodou os dirigentes das agremiações.
Segundo cartolas ouvidos pelo blog, a exigência, não cumprida, foi interpretada como uma forma de criar obstáculos para a realização do encontro ou de esvaziar a delegação de cartolas.
Na reunião, 19 mandatários de clubes da Série A anunciaram que decidiram criar uma Liga. O tema é indigesto para a CBF.
O pedido foi para que os presidentes de clubes fizessem o teste RT-PCR, que coleta secreção no nariz ou na garganta.
A reação negativa dos dirigentes foi imediata. Eles alegaram para o secretário-geral da CBF, Walter Feldman, que não havia necessidade de os testes serem feitos. Isso porque, segundo disseram, todos os presidentes realizaram testes no fim de semana com seus times, como parte do protocolo criado pela confederação para o Brasileirão.
Diante do impasse, a CBF recuou e aceitou receber a comitiva sem a testagem. Até a conclusão deste post, a assessoria de imprensa da confederação não havia respondido às perguntas do blog sobre o tema.
Os cartolas tinham pressa para se posicionar antes de o processo de sucessão de Rogério Caboclo avançar, caso o afastamento por 30 dias do presidente da CBF seja transformado em definitivo. Ele é acusado por uma funcionária de ter praticado assédio moral e sexual. O dirIgente nega as acusações.
O desconforto por causa do pedido de testagem não foi o único. Houve insatisfação dos dirigentes quando eles foram informados de que se reuniriam apenas com Feldman. A notícia foi recebida como menosprezo da cúpula da CBF pelos presidentes de clubes. Após os cartolas se queixaram, eles foram recebidos pelo presidente interino, Coronel Nunes, e vice-presidentes.
Os representantes das agremiações voltaram a se incomodar com o fato de o presidente interino ter participado apenas do início do encontro. Ele alegou seguir recomendações médicas para se retirar.
O gesto foi tido como desrespeitoso por parte dos presidentes dos clubes já que o tema era considerado por eles de extrema importância.
Houve, entre os visitantes, a interpretação de que a saída do presidente interino indicou que a confederação está acéfala neste momento.
O discurso de Gustavo Feijó, um dos vices da CBF, também não agradou os cartolas.
Ele pediu paciência aos presentes, sugerindo que esperassem o desenrolar do futuro de Caboclo, que será decidido pela Comissão de Ética do Futebol Brasileiro.
Quem ganhou elogios dos representantes dos clubes foi outro vice-presidente da entidade, Fernando Sarney. Sua fala foi considerada a mais lúcida por ao menos uma parcela dos presidentes.
Sarney, conforme relato ouvido pelo blog, concordou que há distanciamento entre confederação e CBF. Ele também afirmou que nenhuma entidade esportiva no Brasil tomou atitude semelhante à da CBF, que afastou seu presidente temporariamente para investigar acusações de assédio.
Apesar de outros dirigentes se manifestarem, falaram oficialmente pelos clubes Maurício Galiotte (Palmeiras), Romildo Bolzan (Grêmio), Julio Casares (São Paulo) e Rodolfo Landim (Flamengo).
Bolzan falou sobre o distanciamento que há hoje entre CBF e agremiações. Casares discursou sobre a importância de os clubes terem representatividade no futebol brasileiro.
Além da Liga, no documento entregue à CBF, os presidentes também pedem imediata mudança estatutária.
Uma das alterações exigidas é que os votos de federações e clubes das séries A e B tenham o mesmo peso na eleição para presidente e vices da CBF. Hoje, os votos das federações têm peso maior.
Caso Caboclo seja afastado, uma nova eleição será realizada para escolher quem completará seu mandato, que vai até abril de 2023. Apenas os vices podem se candidatar.
Nesse cenário, os clubes só teriam o mesmo peso que as federações na escolha do novo comandante se a mudança estatutária imediata exigida por eles for feita.
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