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Pia merece mais elogios do que críticas por trabalho na seleção
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Faltou pontaria, variação tática, explorar mais o talento de Marta e uma solução para livrar Ludmila da marcação que a anulou. São muitas as críticas que podem ser feitas à seleção brasileira feminina, eliminada nos pênaltis pelo Canadá nas quartas de final dos Jogos Olímpicos de Tóquio, nesta sexta (30).
A maioria das cobranças deve ser endereçada à técnica Pia Sundhage. No entanto, isso não significa que o trabalho da treinadora sueca é ruim.
Pelo contrário. Se olharmos o conjunto da obra e não só a participação na Olimpíada veremos que Pia merece mais elogios do que críticas.
Ela preparou a seleção brasileira para o futuro sem Marta. Deu maturidade tática, organização e força coletiva para o time.
A seleção brasileira hoje tem um jeito de jogar que independe da maior jogadora de sua história.
É verdade que o talento individual de Marta foi sacrificado pelo jogo coletivo. Mas não foi só por isso que o Brasil foi eliminado.
Ludmila poderia ter desequilibrado, mas o Canadá não deixou o Brasil explorar sua velocidade.
O resultado teria sido diferente se as brasileiras tivessem uma pontaria melhor. Foram apenas cinco finalizações certas em 10 tentativas, segundo o Sofascore. O Canadá foi pior. Só uma de suas nove finalizações foi no alvo. Nos pênaltis, porém, as canadenses foram mais competentes e venceram por 4 a 3.
Uma análise fria da eliminação mostra que, apesar das falhas, Pia construiu um caminho para a seleção brasileira.
Mas ainda há muito trabalho a ser feito. E é melhor que ele seja realizado pela técnica que promoveu a mudança de mentalidade da seleção brasileira e mostrou que sabe como fazer o time alcançar o que quer. Ela precisa de tempo para completar o serviço, porém, sem ser poupada das cobranças.
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