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Cinco episódios que geraram mal-estar entre São Paulo e Daniel Alves

Post de Daniel Alves no Instagram - Reprodução/Instagram
Post de Daniel Alves no Instagram Imagem: Reprodução/Instagram

15/09/2021 04h00

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A relação entre São Paulo e Daniel Alves, que negociam uma rescisão contratual, chega ao fim com ressentimentos dos dois lados. Veja a seguir cinco episódios que geraram mal-estar entre as partes.

1 - Demora e reforços

Um dos episódios que mais incomodaram Daniel Alves e seus representantes aconteceu quando o clube adiou mais de uma vez a apresentação de uma proposta para tentar solucionar a dívida com ele. Hoje, o débito é de aproximadamente R$ 18 milhões.

No momento em que o jogador e seu estafe se incomodavam com a demora, o Tricolor discutia a vinda de reforços, como Gabriel Neves e Calleri.

Para representantes do jogador, isso foi uma demonstração de que acertar a dívida com ele não era uma prioridade da diretoria são-paulina.

Por sua vez, os dirigentes alegam que o atraso aconteceu porque o clube esperava para ver se chegaria às semifinais da Libertadores. Caso, isso acontecesse, a agremiação teria uma receita extra em relação à sua previsão orçamentária, que calculava prêmios até as quartas de final do torneio continental.

O São Paulo ainda esperava para ver se sondagens por seus jogadores se transformariam em vendas durante a última janela de transferências.

Também monitorava a possibilidade de venda de Antony pelo Ajax para o Bayern. Pelos valores comentados na ocasião, a negociação poderia render cerca de 6 milhões de euros (aproximadamente R$ 37 milhões atualmente) ao clube do Morumbi, que tem 20% dos direitos do jogador.

Existia ainda a possibilidade de outros ex-atletas são-paulinos serem negociados no exterior e gerarem receita.

Ou seja, de acordo com essa versão, o São Paulo esperava para saber com quanta receita extraordinária contaria para definir uma oferta para Daniel Alves. Porém, essas verbas não se confirmaram.

2 - Egoísmo?

O São Paulo se incomodou com a insatisfação do estafe do jogador com o atraso na apresentação de propostas em meio à sua tentativa de reforçar o elenco.

A avaliação dos cartolas é de que os representantes do lateral e meia reclamavam porque o jogador estava insatisfeito e que ele só olhava para o próprio umbigo.

O entendimento é de que o atleta queria que o clube parasse sua vida para cuidar do que interessava a ele: o pagamento da dívida.

Um dos argumentos dos cartolas tricolores é de que o São Paulo não deixaria de pagar outros jogadores para quitar uma parcela maior do débito com Daniel Alves.

3 - Promessa?

Depois de ganhar a medalha de ouro olímpica, Daniel Alves deu entrevista ao UOL dizendo que nunca falhou com o São Paulo, mas que o clube falhou com ele. Depois, seu empresário, Fransergio Bastos, afirmou por meio da assessoria de imprensa do atleta, que o São Paulo se comprometeu a pagar a dívida até junho ou no máximo julho, mas não cumpriu a promessa e não retomou a negociação.

Em nota oficial, o clube disse que não discutiria o assunto publicamente. Em público, os dirigentes nunca admitiram ter prometido quitar a dívida na metade do ano. O discurso sempre foi de busca por um parcelamento.

4 - Presidente internado

Para cartolas são-paulinos, Daniel Alves e seu empresário foram insensíveis. Isso porque as declarações aconteceram enquanto Júlio Casares estava hospitalizado por causa de complicações da covid-19.

O sentimento é de que, além de não respeitar o problema de saúde do presidente são-paulino, ambos ignoraram as dificuldades que a ausência de Casares causou na tentativa do clube de resolver o problema.

Também há mágoa pelo fato de o jogador ter exposto o clube num momento de grande visibilidade (depois do ouro olímpico). A frase dita por Dani na mesma entrevista ao UOL que dá a entender que ele devolveu o São Paulo ao mundo ainda provoca indigestão no Morumbi.

5 - Ausência

A irritação entre as partes chegou ao máximo quando Daniel Alves disse que não se reapresentaria depois de defender a seleção brasileira nas eliminatórias. A diretoria interpretou a atitude como falta de respeito e entendeu que precisava retomar o controle da situação. Por isso, o diretor Carlos Belmonte informou em entrevista coletiva que o meia e lateral não estava mais à disposição de Crespo. A estocada final do dirigente foi dizer que "o São Paulo é mais importante do que todos nós".

Do outro lado do campo de batalha, os representantes do atleta se incomodaram com a entrevista coletiva. Eles esperavam uma reação mais diplomática da diretoria, como a publicação de uma nota oficial para não atrapalhar as negociações que já estavam em curso.