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Perrone: Transformar Volpi em vilão só esconde problemas do São Paulo
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A pior coisa que pode acontecer para o São Paulo neste momento é eleger Tiago Volpi como responsável pela eliminação nas quartas de final da Copa do Brasil na derrota por 3 a 1 para o Fortaleza, nesta quarta (15).
Transformar o goleiro no malvadão da história só irá encobrir os problemas do São Paulo.
A questão é mais ampla e até certo ponto simples. O Tricolor paulista perdeu porque o Fortaleza é um time que tem jogado melhor, embora tenha um elenco mais barato.
Ou seja, não foi um erro individual, um lance anormal que tirou o time de Crespo da Copa do Brasil. Foi um adversário superior. O exercício são-paulino é entender como o rival faz mais com menos dinheiro.
O time cearense controlou praticamente todo o jogo no Ceará, mesmo tendo menor posse de bola (37%, segundo o Sofascore). Foi mais agressivo (fez 14 finalizações contra 9 do adversário), objetivo, atento e teve melhor movimentação.
A equipe de Vojvoda entrou para disputar uma final, enquanto os comandados de Crespo pareciam estar na primeira rodada do Campeonato Paulista.
O primeiro gol, justamente o que teve uma falha clara de Volpi, mostra bem tudo isso.
Pressionado pela marcação eficiente do adversário, Liziero tentou um passe longo, da ponta da área para o meio.
Congele o lance no momento do passe. Liziero tinha um companheiro livre à sua direita na lateral, que talvez fosse uma opção melhor. Mas preferiu esticar a bola, sem nenhuma proteção, para Benítez, vigiado por Ronald.
Segue o jogo, Benítez não consegue dominar a bola e a perde para Ronald. O são-paulino poderia ter se movimentado para encurtar a distância do passe e dificultar a antecipação do adversário. Só que Benítez dormiu no ponto. Ronald avança e finaliza. O chute era defensável, mas Volpi falhou.
Percebeu quantos erros do São Paulo e quantos acertos do Fortaleza numa só jogada? Foi assim quase que o jogo inteiro.
Quando isso acontece, exaltar o treinador vencedor e criticar o perdedor é óbvio. Os méritos de Vojvoda passam por ter conseguido motivar seus atletas para disputar uma decisão, implantar uma marcação eficiente e ajustar o posicionamento de seus jogadores.
Os erros de Crespo e sua comissão técnica começam por não recuperar ou substituir Volpi, que já vinha falhando. Se ele não tem um reserva à altura, é tarde demais para essa descoberta.
Crespo também falhou por não conseguir salvar seu time da armadilha dos contra-ataques preparada pelo Fortaleza no segundo tempo. Isso não tira a responsabilidade jogadores. A maioria jogou menos do que pode.
Nesse cenário, a diretoria não tem outra saída a não ser entender como pode ajudar Crespo a fazer o São Paulo render mais do que times montados com menor orçamento. Para isso, precisa detectar e corrigir seus próprios erros.
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