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Em negociação tensa, SPFC avaliou risco de briga na Justiça com D. Alves
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A negociação entre São Paulo e Daniel Alves, encerrada nesta quinta (16) com a rescisão contratual, foi marcada por tensão do início ao fim.
Apesar do bom relacionamento entre advogados do jogador e a direção são-paulina, o ambiente estava pesado principalmente por conta das mágoas acumuladas dos dois lados desde abril. No quarto mês do ano, começaram as conversas para o clube equacionar uma dívida que havia chegado a cerca de R$ 18 milhões no último sábado.
Por causa da irritação com o atleta, existia no São Paulo até quem preferisse deixar Daniel Alves acionar a Justiça ou a CNRD (Câmara Nacional de Resolução de Disputas da CBF) para tentar se desvincular do clube. Dois pareceres foram pedidos para integrantes do departamento jurídico para ajudar o clube a definir sua postura nas tratativas.
A avaliação foi de que a chance de o jogador conseguir a rescisão judicialmente era grande. A opção de deixar o atleta buscar a rescisão de maneira litigiosa foi rechaçada pelo presidente Julio Casares. Seu discurso foi de proteger a instituição. Isso porque Dani poderia conseguir uma liminar para assinar com outro clube e ainda cobrar o valor total do contrato na Justiça com juros e honorários advocatícios. A dívida poderia aumentar substancialmente.
Os valores do acordo não foram divulgados pelas partes. O compromisso do lateral e meia terminaria em dezembro de 2022.
Um dos motivos que geraram tensão do lado são-paulino foi a avaliação de que Daniel Alves é imprevisível. Havia o receio de que ele mudasse sua pedida na reta final da negociação.
O clima tenso vinha desde abril. Primeiro, seria uma negociação para a quitação da dívida. Diante das divergências constantes, a conversa passou a ser para a rescisão.
Os são-paulinos entendem que Daniel foi insensível com as dificuldades financeiras enfrentadas pelo clube por conta da pandemia de covid-19. Também se queixam de que o jogador e seu empresário, Fransergio Bastos, criticaram o clube enquanto Casares estava hospitalizado devido a complicações da covid.
Teria faltado sensibilidade com o problema de saúde do presidente e entendimento das dificuldades que sua ausência impunha para a diretoria negociar. Também há a reclamação de que, até decidir não se apresentar, Daniel não aceitava nenhuma proposta. Fosse para quitar o débito ou rescindir.
Entre os representantes do meia e lateral, houve desconforto com a demora do clube para apresentar propostas enquanto buscava reforços .
O sentimento foi de que o acerto com Daniel Alves não era prioridade. Como mostrou o blog, os cartolas justificam a demora pela espera para saber se seriam realizadas novas receitas com possíveis vendas e avançando às semifinais da Libertadores. No entanto, o dinheiro novo não veio.
A tensão foi gerada também porque as duas partes esticaram a corda. Daniel se recusou a se reapresentar depois de voltar dos jogos pela Seleção Brasileira nas eliminatórias. O jogador demonstrou frieza e firmeza na negociação.
Por sua vez, o São Paulo tentou mostrar que o tempo estava contra o atleta, já que, se ele for para uma equipe brasileira, só poderá se inscrito no Brasileirão até o próximo dia 24. Assim, os são-paulinos também jogaram duro.
Concluída a negociação, as duas partes evitam ataques em público. Mas, nos bastidores, a sensação é de que se um palito de fósforo for riscado, um barril de ressentimentos pode explodir.
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