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Perrone: Semifinal testa estratégia de time 'bilionário' do Atlético-MG
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Nesta terça (21), na primeira partida contra o Palmeiras pelas semifinais da Libertadores, o Atlético-MG coloca à prova um elenco que ele mesmo avaliou em junho, antes de trazer Diego Costa, em quase R$ 1 bilhão.
Em jogo também está a tese da diretoria atleticana para justificar a montagem de um time caro. Trata-se do histórico argumento de que o aumento do investimento em reforços de qualidade gera incremento de receitas com premiações mais robustas.
Tal estratégia está estampada no "relatório econômico-financeiro de desempenho do primeiro semestre de 2021", divulgado pelo clube em seu site.
"Realizamos investimentos importantes na aquisição de atletas nos últimos 12 meses, conforme cronologia a seguir. Ainda que acompanhados de aumento de custos no futebol, os resultados desses investimentos podem ser considerados muito positivos e promissores", diz trecho do documento.
O relatório também afirma que "a boa performance esportiva trouxe ótimos resultados econômicos-financeiros e impulsionou a valorização do nosso elenco".
A seguir, o documento indica que em junho o elenco do Atlético-MG valia R$ 930 milhões. Segundo o relatório, a avaliação foi feita pelo centro de inteligência de mercado Galo.
São apontadas no primeiro semestre as contratações de Hulk, Dodô, Nacho Fernández e Tchê Tchê. Diego Costa não aparece na lista porque foi contrato em agosto. Ou seja, o valor do elenco calculado pelo clube já cresceu.
Também é registrado um investimento de R$ 102 milhões em aquisições de jogadores, mas não está claro em qual período.
Ainda segundo o documento, as receitas do Galo com seu departamento de futebol no primeiro semestre de 2021 representam um aumento de 138% em relação aos seis últimos meses de 2020.
Porém, como mostra o relatório, a arrecadação em 2021 foi turbinada por R$ 39.466.000 relativos às verbas referentes ao Brasileirão de 2020, que terminou no ano seguinte.
A lista de resultados esportivos apresentados em 2021 a partir dos pesados investimentos não traz títulos.
A relação é composta por terceiro lugar no Brasileirão de 2020, já que o encerramento da competição foi em 2021, primeiro lugar geral na fase de grupos da atual Libertadores, classificação para as semifinais do torneio continental e para as quartas de final da Copa do Brasil (o time já avançou às semifinais).
Nesse cenário, passar pelo Palmeiras e chegar à final da Libertadores já seria o principal feito de um elenco praticamente bilionário pelos cálculos do clube.
Consequentemente, disputar a final do principal torneio do continente também seria um argumento de peso para a tese da diretoria de que o investimento no time ajuda a gerar mais receitas. A Conmebol dará mais US$ 6 milhões (cerca de R$ 31,9 milhões) para o vice-campeão e mais US$ 15 milhões (aproximadamente R$ 79,9 milhões) ao campeão, além da premiação nas outras fases.
Para a torcida, dificilmente haverá argumento mais convincente do que a disputa do título continental.
Mas, a experiência nos mostra que a saúde financeira de um clube se mede no decorrer dos anos e não depende apenas da conquista de títulos. Vale lembrar que a dívida do Galo já bateu na casa de R$ 1,3 bilhão.
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