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Covid-19: Para Miguel Nicolelis, é preciso vetar público nos estádios
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Em entrevista à coluna, o neurocientista, professor e médico Miguel Nicolelis criticou a decisão do governo de São Paulo de limitar a capacidade dos estádios paulistas em 70% como medida de combate à covid-19. Para ele, a iniciativa não será eficiente e seria melhor o veto total à presença de torcedores nas arenas.
O novo protocolo passa a valer a partir do próximo dia 23, quando começa o Campeonato Paulista.
"Eu acho que neste momento tínhamos que remover o público dos estádios, como a Alemanha e a Holanda fizeram no começo de dezembro porque simplesmente os riscos de contágio são enormes dentro e fora dos estádios", analisou Nicolelis
Ele cita as características da variante ômicron para justificar sua opinião. "Na realidade, estamos na terceira onda, com uma variante cinco vezes mais transmissível do que a delta. E muitas vezes mais transmissível do que a cepa original, que paralisou o futebol [no Brasil] em 2020", afirmou.
Outro motivo de preocupação para o neurocientista é o comportamento dos torcedores. "As pessoas não respeitam o uso de máscara, se aglomeram nas arquibancadas cantando e gritando na cara dos outros e se aglomeram em bares e grupos ao redor dos estádios", disse Nicolelis.
Ele alerta para os riscos de novos casos de transmissão do vírus durante os jogos aumentarem a sobrecarga do sistema de saúde. Nesse cenário, acredita que pode até ser necessária uma nova suspensão das partidas.
"Todo médico que está atuando na linha de frente me disse nos últimos três dias que o sistema de saúde vai colapsar em questão de dias. E se o sistema de saúde começar a dar sinais de colapso temos que parar os jogos de novo", declarou Nicolelis.
O futebol europeu é usado pelo neurocientista para apontar que a presença de público nos estádios pode contribuir para o aumento de casos de infecção.
"O surto que começou em Londres em julho de 2021 foi por causa da final da Eurocopa (entre Inglaterra e Itália). Então a gente tem os dados".
Nicolelis reforça sua preocupação com o aumento de casos no Brasil por causa do avanço da variante ômicron.
"Se nós tivéssemos esses dados na primeira onda, em 2020, nós estaríamos desesperados. Estamos normalizando dados que são estarrecedores. Nós paramos o futebol em 2020 com números [de casos] muito melhores do que nós temos hoje. Amanhã [quinta, 13] é capaz de a gente bater o recorde de casos [em 24 horas] em toda a pandemia. Todas as pessoas que lidam com os dados, que eu consulto, falam que vamos bater o recorde muito brevemente. Mas pode ser amanhã", avaliou Nicolelis.
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