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Perrone: final da Copinha no Allianz é desrespeito à tradição e ao Santos
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A decisão da Federação Paulista de Futebol de fazer a final da Copa São Paulo de juniores no Allianz Parque, nesta terça (25), desrespeita o espírito da competição e, principalmente, o Santos.
Há também desrespeito aos jogadores palmeirenses e santistas que em pleno verão entrarão em campo às 10h da manhã, com boa chance de calor na capital paulista.
A final como um presente para a capital paulista no dia de seu aniversário está no DNA da Copinha. Por isso, a decisão tinha como palco tradicional o Pacaembu.
Isso transformava o campo neutro na final numa característica do torneio, ainda que os clubes paulistanos tivessem mais intimidade com o local do que as equipes de fora.
Só que o estádio municipal foi privatizado e está em reforma, não podendo ser utilizado.
Na opinião deste colunista, ao escolher a arena de um dos finalistas, a federação transforma o que seria um presente para a cidade num regalo ao dono do estádio escolhido (Palmeiras).
A festa que era para ser da cidade ganha um palco privado. A tradição de se jogar a decisão em campo neutro foi abandonada. O Santos foi atropelado pela escolha da federação. O time do litoral pode vencer na casa alviverde, mas a falta de respeito com que foi tratado pela FPF não será apagada.
O parágrafo 3° do artigo 2° do regulamento da Copinha diz que em virtude da privatização e da reforma do Estádio Paulo Machado de Carvalho - Pacaembu, sede tradicional do jogo final da competição, o DCO (Departamento de Competições da federação) definirá, de acordo com critérios técnicos e de segurança, o local para a realização desta partida".
O critério técnico deveria englobar também a neutralidade do campo, não apenas a melhor campanha (que é a alviverde), na minha opinião.
É verdade que o artigo 40° aponta que "quando houver clássicos entre as equipes do Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo, caso ocorra alguma definição do Ministério Público com relação aos mandos, prevalecerá a melhor campanha".
Como há um artigo anterior que determina que o local da decisão será escolhido pela federação, entendo que o mando citado nesse trecho diz respeito a quem terá o direito de ter sua torcida no estádio. No caso, o Palmeiras.
Tanto é que a semifinal entre são-paulinos e palmeirenses foi em Barueri, não no Morumbi, casa de quem tinha a melhor campanha.
A nota da FPF para explicar a escolha aponta para uma alegada falta de opções, não para uma exigência do regulamento.
"Enfrentamos a impossibilidade de utilizar o Pacaembu, tradicional palco da final da Copinha, e, por motivos de segurança, outras instalações na capital paulista. Considerando a melhor campanha entre os finalistas e a regulamentação de torcida única entre os clássicos paulistas, o Palmeiras naturalmente teria sua torcida. Portanto, a grande final acontecerá no Allianz Parque".
A nota também cita que no mesmo dia da decisão, o Corinthians jogará à noite em Itaquera pelo Paulista, contra a Ferroviária.
Para evitar encontros de palmeirense e corintianos nos deslocamentos para os jogos, a última partida da Copinha foi agendada para as 10h.
Azar dos atletas, que perdem a oportunidade de jogar num horário com probabilidade maior de temperatura mais amena.
O curioso é que Copa São Paulo e Paulistão são coordenadas pela mesma entidade, a Federação Paulista. Nem assim os caras conseguem evitar um conflito de agendas.
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