Topo

Perrone

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Por que clubes da elite apoiam Ednaldo e rejeitam vice da CBF em eleição?

Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

08/03/2022 09h03

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Como mostrou o UOL Esporte, os clubes da Série A encaminharam apoio a Ednaldo Rodrigues, que ocupa atualmente a presidência da CBF, na próxima eleição presidencial da entidade. A data do pleito ainda será marcada. De acordo com a apuração da coluna, os presidentes das agremiações analisaram um cenário que, além do ex-presidente da Federação Baiana, teria como pré-candidato Gustavo Feijó, um dos vices da CBF.

Na reunião que fizeram na segunda (7), antes da assembleia sobre mudanças no estatuto da confederação, entre outros assuntos, os clubes debaterem o apoio em bloco a um nome.

Eles concluíram que Ednaldo seria a melhor opção. Principalmente por entenderem que o diálogo com ele sobre a criação de uma Liga nacional seria mais produtivo.

O cartola baiano ratificou seu apoio à Liga. A maioria dos clubes da elite entende que desde o início ele se mostrou simpático à ideia. Já análise sobre Feijó é de que o vice resistiu ao projeto dos clubes, mas mudou recentemente de postura em busca de apoio na eleição.

Prevaleceu o entendimento de que não haveria um caminho sólido para o diálogo com a CBF com Feijó na presidência.

Além da liga, os clubes avaliam que Ednaldo é mais aberto ao diálogo do que Feijó de maneira geral. Entre os dois, o vice também é considerado quem mais tem o perfil tradicional de cartolas brasileiros, o que não agrada a maior parte dos presidentes de clubes envolvidos com a criação da Liga.

Ednaldo não chega a ser descrito por eles como um dirigente moderno. Práticas como o aumento nos valores repassados às federações estaduais em meio a uma disputa pelo poder o ligam a uma escola de cartolas da qual a futura Liga pretende manter distância. Pelo menos esse é o discurso.

No entanto, no mapa político analisado pelos presidentes de clubes, o baiano foi visto como a melhor opção. Também pesou a seu favor a costura que permitiu na assembleia mudar a cláusula de barreira para quem quiser se candidatar à presidência. Antes era preciso ter o apoio formal de cinco clubes e de oito federações. Agora, quatro de cada bastam.

Por que os clubes não lançam candidato próprio?

Uma das alegações para isso é que essa iniciativa aumentaria o conflito político e poderia desgastar mais o futebol brasileiro como produto.

Outra explicação é de que as agremiações não têm interesse em administrar a CBF. Seu foco é criar e cuidar da Liga. Assim, o importante é estabelecer na confederação um ambiente seguro para ela nascer e se desenvolver com independência e estabilidade. Existe a confiança de que isso será possível com Ednaldo, caso ele fique mais quatro anos na presidência.