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Perrone: Cuidado com finanças não justifica luta do Santos contra quedas
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Priorizar a recuperação financeira do Santos é a principal bandeira do presidente do clube, Andrés Rueda.
Pouco mais de um mês após ele ser eleito, em dezembro de 2020, o Santos disputou e perdeu a final da Libertadores. De lá para cá, a torcida santista se viu forçada a trocar a esperança por títulos pela luta contra o rebaixamento.
Foi assim no Paulistão e no Brasileirão de 2021 e volta acontecer no Estadual deste ano. Um empate neste sábado contra o Água Santa é suficiente para evitar a queda do time da Vila Belmiro, que também tem chance de ir às quartas de final.
Enquanto o torcedor sofre, o presidente santista repete o mantra da reestruturação financeira e do pagamento de dívidas feitas por diretorias anteriores.
O discurso adotado pode induzir o torcedor a acreditar que lutar contra o descenso é um efeito colateral obrigatório da redução de gastos.
Não é verdade. Organizar as finanças não é algo a mais que o gestor entrega. É o mínimo que se espera dele. Assim como, no caso de um clube do tamanho do Santos, é obrigatório entregar para a torcida um time competitivo, que não flerte constantemente com o vexame. E que faça partidas mais equilibradas diante dos outros grandes do que contra os considerados pequenos.
O fato de tentar melhorar a saúde financeira do Santos não pode servir de permissão para a diretoria entregar uma equipe absurdamente longe das tradições santistas.
Se fosse assim, seria fácil. Qualquer um poderia presidir o Santos. Bastaria montar um time pagando o mínimo que se consegue pagar por um jogador e ver a equipe cair junto com os custos. A gestão competente deve manter o clube saudável financeiramente e esportivamente.
Pagar dívidas feitas por diretorias anteriores não é exclusividade do atual presidente santista. Funciona assim no futebol brasileiro. Rueda sabia disso e se candidatou porque quis. Ele e os integrantes de seu Comitê de Gestão não foram obrigados a sentar em suas cadeiras.
Tratar a debilidade do time como consequência do busca pelo controle financeiro é simplificar demais a questão. Na opinião deste colunista, o Santos tropeça em campo mais por conta de erros em contratações de técnicos, membros da comissão técnica, jogadores e de outros profissionais do departamento de futebol do que por falta de grana. A questão é mais de competência do que financeira.
Rueda não foi eleito para cuidar só da área administrativa. A parte esportiva está também sob sua responsabilidade. O torcedor espera que ele tenha habilidade para conciliar finanças saudáveis com um time que não dê vexame. E chegar na última rodada da primeira fase do Paulistão tentando evitar a queda é vergonhoso para o Santos.
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