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OPINIÃO

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Contratado para resolver problemas, até aqui VP virou parte deles

Vítor Pereira, técnico do Corinthians, orientando atletas em treino no CT Dr. Joaquim Grava - Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Vítor Pereira, técnico do Corinthians, orientando atletas em treino no CT Dr. Joaquim Grava Imagem: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

06/04/2022 09h54

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Seria injustiça fazer uma análise definitiva do trabalho de Vítor Pereira no Corinthians apenas pouco mais de um mês depois de seu primeiro treino. Sim, ele precisa de tempo para trabalhar, mas a fotografia do momento mostra um treinador que veio para ser a solução se transformar em parte do problema alvinegro.

O Corinthians contratou o português para resolver problemas que Sylvinho não conseguia eliminar. Alguns, ele parecia até não enxergar.

Só que VP também tem errado muito e repete algumas das falhas do ex-lateral. Como seu antecessor, VP tem até aqui escalado mal, encontrado dificuldade para ler o jogo, testou Renato Augusto como "falso 9" deixando o time sem armação e parece não se incomodar com a falta de um primeiro volante "original de fábrica" no time.

Na derrota por 2 a 0 para o Allways Ready nesta terça (5), na estreia corintiana na Libertadores, VP foi incoerente ao escalar João Pedro depois de ter preferido colocar o zagueiro Robson Bambu na lateral direita em vez dele na semifinal do Paulista, contra o São Paulo, após Fagner se machucar.

Na Bolívia, João Pedro cometeu um pênalti infantil no começo da partida e foi um dos piores em campo. Sem surpresas.

Para tentar evitar o fracasso em solo boliviano, VP colocou no segundo tempo Maycon, que fez seu primeiro treino no clube há seis dias, após fugir da guerra entre Rússia e Ucrânia. Como era de se esperar, não deu resultado, assim como nenhuma das outras substituições.

O Corinthians terminou o jogo como um amontoado de jogadores no campo de ataque sem saber o que fazer. De maneira melancólica, pela primeira vez em sua história perdeu para um time boliviano.

VP sofre com a falta de planejamento da diretoria, que entregou a ele um time desequilibrado, com veteranos e meio-campistas demais, mas sem um primeiro volante.

Mas ele aceitou o desafio justamente para ajudar a solucionar os problemas e não para se transformar em mais um. E, hoje, ele é um técnico problemático em confuso, na opinião deste colunista.

Até aqui, o português não apresentou nenhuma solução para sanar defeitos da equipe. Não teve nenhuma sacada genial para ganhar um jogo na estratégia. Passou da hora de VP começar a reagir para ajudar o Corinthians a sair da situação em que a diretoria o colocou.