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Cobrança apenas sobre atletas do Corinthians após vexame é injusta
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Os desdobramentos da primeira derrota do Corinthians para um time boliviano na história deixaram a falsa impressão de que os jogadores foram os únicos culpados pelo vexame.
Nessa quinta (7), por causa do revés por 2 a 0 diante do Allways Ready, na Bolívia, na última terça, membros da Gaviões da Fiel cobraram os jogadores em reunião no CT do clube.
Em outra conversa, os mesmos integrantes da torcida organizada declararam que apoiam Vítor Pereira em todas as medidas que ele venha a tomar.
Por sua vez, a diretoria deu carta branca (algo que diz sempre dar a seus treinadores) para o português afastar jogadores.
Nesse ritmo, todos os dedos foram apontados para os atletas. É justo isso? Só eles erraram?
Os jogadores têm muita culpa e merecem cobrança dos dirigentes e da comissão técnica. Mas acho injusto sobrar só para eles.
É preciso lembrar que a diretoria não pensou no equilíbrio físico do elenco quando apostou numa série de veteranos sem ter jovens com nível técnico semelhantes no grupo.
A direção precisa ser cobrada por deixar a equipe sem um primeiro volante clássico depois de permitir a saída de Gabriel.
Quem trouxe João Pedro, que não fez uma boa atuação pelo clube e cometeu um pênalti na Bolívia digno de jogo de churrasco?
Ninguém lembra do tempo perdido sonhando com Cavani em vez de contratar alguém que coubesse no bolso do clube e que fosse útil?
E o que falar da decisão de manter Sylvinho até o final do ano passado e demiti-lo no começo da atual temporada?
Toda essa falta de planejamento fez o Corinthians estrear na Libertadores sem um reserva razoável para Fagner, sem poder de marcação no meio-campo, sem um matador no ataque e com jogadores se arrastando no segundo tempo na altitude de La Paz. Para piorar, tudo isso com um treinador em começo de trabalho.
São tantos os erros da diretoria que, quando ela dá carta branca ao técnico, parece estar pedindo para ele fazer direito o que ela não conseguiu.
Por sua vez, o treinador precisa de tempo para trabalhar. Mas isso não impede que ele seja cobrado por erros pontuais, não só na Bolívia, mas pelo que já fez até aqui. Na opinião deste colunista, foram erros como tentar Renato Augusto de "falso 9", algo feito sem sucesso por Sylvinho, e escalar João Pedro na estreia na Libertadores, depois de preferir usar o zagueiro Robson Bambu para substituir Fagner, lesionado contra o São Paulo.
O português coleciona substituições que não mudam o jogo, não corrige o problema de falta de marcação no meio-campo e até manteve Paulinho na equipe titular na Bolívia, apesar de várias atuações ruins.
A diretoria tem a obrigação de fazer esses questionamentos ao técnico. Mas, se fizer, corre o risco de ouvir cobranças sobre seu planejamento caótico.
A harmonia de um time de futebol depende da divisão justa de responsabilidades. Sem esse equilíbrio, dificilmente se constrói um time vencedor. O que costuma prosperar é desconfiança, revolta e racha.
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