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Por cautela, Corinthians exigiu da Taunsa R$ 18 mi à vista, mas não recebeu

Duílio Monteiro Alves, presidente do Corinthians, e Cleidson Cruz, CEO da Taunsa - Felipe Szpak/Agência Corinthians
Duílio Monteiro Alves, presidente do Corinthians, e Cleidson Cruz, CEO da Taunsa Imagem: Felipe Szpak/Agência Corinthians

26/04/2022 09h11Atualizada em 27/04/2022 22h05

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Com Yago Rudá, do UOL, em São Paulo

Para tentar diminuir o risco de levar calote, o Corinthians exigiu da Taunsa o pagamento de R$ 18 milhões à vista no final do ano passado. Além desse valor, foram combinados pelo menos mais R$ 6 milhões a serem pagos parceladamente em 2022. Apesar da cautela, dos R$ 24 milhões acertados, o Alvinegro não recebeu nada até agora.

Essas informações foram dadas pela direção corintiana para os conselheiros na reunião da última segunda (25) na qual as contas da diretoria referentes a 2021 foram aprovadas.

A diretoria também falou sobre um dos pontos que mais geravam dúvidas entre os conselheiros: se o acordo passou pela área de compliance do clube.

O diretor financeiro do Corinthians, Wesley Lucio Cavalcante de Melo, explicou aos membros do conselho que quando o contrato com a Taunsa começou a ser discutido, o regime de compliance tinha três meses de clube.

Ou seja, estava no início de sua implantação, levando-se em conta que é um processo complexo.

Porém, segundo a explicação dada ao conselho pelo diretor financeiro, independentemente disso, o departamento jurídico revisou o contrato com a Taunsa e recomendou o pagamento à vista, como medida de segurança contra o risco de não pagamento.

Por conta dessa recomendação, foi colocada no papel a exigência dos R$ 18 milhões à vista. Assim, de acordo com a versão dada pelo dirigente, foram feitas avaliações de risco pelo departamento jurídico e também pela área financeira.

Como mostrou a coluna de Diego Garcia no UOL Esporte, a Taunsa já enfrentara cobranças na Justiça quando assinou com o Alvinegro, o que gerou questionamentos sobre a atuação da área de compliance no episódio. O entendimento era que o risco de atraso deveria ter sido detectado e informado à diretoria.

O clube esperava usar o dinheiro da Taunsa para pagar integralmente a remuneração de Paulinho. Apesar do atraso, revelado por esta coluna, a direção diz que o jogador tem recebido em dia.

Como o clube ainda não recebeu um centavo da parceira, a empresa do ramo do agronegócio estampou o alto das costas da camisa do time quando já estava inadimplente, descumprindo a exigência de pagamento à vista. Foram quatro jogos de patrocínio durante o Paulistão.

Nesta segunda, em entrevista coletiva, Duilio Monteiro Alves explicou que o caso está com o departamento jurídico, confirmando informação revelada por esta coluna de que notificações extrajudiciais foram enviadas para a parceira. Após o envio de todos os comunicados previstos em contrato, de acordo com o presidente, a cobrança será feita na Justiça.

Balanço

O balanço relativo a 2021 aprovado pelo conselho apresentou superávit líquido de R$ 5.690.000, conforme já havia mostrado a coluna. Em 2020, o resultado deficitário. havia sido de R$ 123.314.000. Pelas contas da diretoria, a dívida do clube caiu de R$ 949 milhões em 2020 para R$ 912 milhões ao final de 2021. O débito pela construção do estádio corintiano não entra nesse cálculo.

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