Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Perrone: Repetição de racismo é resultado de punição branda ao Boca Juniors
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Como já havia escrito neste espaço, ao multar o Boca Juniors em US$ 100 mil (R$ 521.730) por atos racistas de seus torcedores em jogo contra o Corinthians na Argentina, a Conmebol estimulou novos casos semelhantes. Dito e feito. O recado foi recebido por quem pratica tal estupidez e vimos novas cenas lamentáveis em Itaquera.
Na última terça (28), no empate sem gols entre os dois times, voltamos a ter torcedor do Boca preso sob acusação de injúria racial, com direito a pagamento de fiança, e até uma acusação de apologia ao nazismo.
São casos de polícia. Extrapolam a esfera esportiva. Porém, a Conmebol tem a obrigação de fazer a sua parte, que é tentar inibir essas práticas durante seus jogos.
Vale lembrar que os racistas não se manifestam só nas apresentações do Boca. Isso tem acontecido em diversos países em partidas da Libertadores e da Sul-Americana.
Se nem prisão assusta esses caras, imagine uma punição financeira para seus times? Penas brandas não vão ajudar a combater o racismo. Pelo contrário, continuarão a estimulá-lo.
E os clubes brasileiros precisam pressionar a Conmebol para agir com o rigor necessário.
A entidade mudou suas regras diante da atual onda racista em suas competições e passou a prever castigo com portões fechados ou com arquibancada parcialmente fechada.
Mas no primeiro julgamento depois da mudança a pena ao Boca foi só financeira.
O simples fato de haver previsão de arquibancada parcialmente fechada já indica uma vontade da Conmebol de não punir rigorosamente, na opinião deste colunista.
Não punir rigorosamente é igual a incentivar, que resulta no que vimos novamente na Neo Química Arena. Dá a impressão de que os racistas empregam uma rotina de banalização do racismo para que consideremos algo aceitável. Eles tentam vencer pela insistência. A reação precisa ser forte. E já vimos que não podemos contar com a Conmebol. A menos que clubes e confederações nacionais comprem essa briga de verdade.
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