Topo

Perrone

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Justiça recebe denúncia contra torcedor do Boca Juniors e aciona consulado

Leonardo Ponzo foi preso na Neo Química Arena sob a acusação de cometer atos racistas - AMANDA PEROBELLI / REUTERS
Leonardo Ponzo foi preso na Neo Química Arena sob a acusação de cometer atos racistas Imagem: AMANDA PEROBELLI / REUTERS

05/07/2022 04h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

A Justiça de São Paulo recebeu denúncia do Ministério Público contra Leonardo Germán Ponzo, torcedor do Boca Juniors. Ele é acusado de praticar injúria racial em jogo de seu time contra o Corinthians, em 26 de abril, na Neo Química Arena.

Em decisão datada de 15 de junho, o juiz Waldir Calciolari escreveu que estão "presentes os elementos indicativos da autoria criminosa e da existência material da infração". Assim, o magistrado descartou a possibilidade de rejeitar liminarmente a denúncia.

O juiz apontou que o endereço dado pelo acusado não está completo, por isso determinou que fosse expedido ofício ao consulado da Argentina em São Paulo solicitando o endereço completo e a qualificação do acusado.

Ele também determinou o envio de ofício para a Polícia Federal para que seja informado o endereço apresentado por Ponzo ao entrar no Brasil.

As informações solicitadas são necessárias para a intimação do argentino por meio de carta rogatória (instrumento jurídico usado para a comunicação entre entre as Justiças de diferentes países).

O torcedor do Boca pagou fiança de R$ 3 mil e responderá ao processo em liberdade. No último dia 30, a solicitação de informações foi enviada ao consulado argentino.

Em sua decisão, o juiz também citou que "o acusado responde pela prática do crime de injúria" porque "injuriou a vítima Felipe Nascimento Palma Cruz, ofendendo sua dignidade, utilizando-se de elementos referentes à sua raça e cor". Cruz ofereceu representação contra Ponzo, que negou a prática do delito.