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Perrone: Na Bombonera, VP atinge auge de sua conexão com corintianismo
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O Corinthians conquistou a vaga para as quartas de final da Libertadores no momento em que Vítor Pereira atingiu o auge de sua conexão com o corintianismo. Fora e dentro de campo.
No início de sua trajetória no clube, o treinador chegou a mostrar em suas entrevistas falta de entendimento do espírito que move o corintiano.
Foi assim, por exemplo, quando afirmou que "se me perguntassem se queria treinar o Liverpool, com todo respeito ao Corinthians, mas o Liverpool é o Liverpool". Na ocasião, o português feriu o orgulho da Fiel. Depois, pediu desculpas.
Outra falta de sintonia com o que sente a torcida alvinegra foi demonstrada, na opinião deste colunista, quando VP poupou titulares contra o Palmeiras, pelo Brasileirão, e viu seu time perder por 3 a 0.
O treinador não gostou de ouvir críticos afirmarem que ele não entendeu o que é o Dérbi e o comparou com outros clássicos que já disputou.
É natural que Pereira tenha tido essa dificuldade inicial. Porém, depois da histórica vitória sobre o Boca nos pênaltis, o treinador demonstrou estar conectado com o jeito da Fiel de se relacionar com o Corinthians.
Mostrou isso na entrevista coletiva após a classificação ao afirmar, por exemplo, que foi a vitória de um grupo de jogadores que tem o espírito corintiano por saber sofrer e competir até o final. O torcedor alvinegro canta que é "maloqueiro e sofredor, graças a Deus". VP também usou dois bordões da Fiel: "contra tudo e contra todos" e "vai, Corinthians".
Em campo, a classificação coroou a adaptação de VP ao time, construída paulatinamente. Aos poucos, o português foi entendendo as limitações do elenco e modificando sua ideia inicial de acordo com o que encontrou por aqui. Aquela filosofia de sempre propor o jogo muitas vezes foi trocada pela priorização defensiva.
Foi assim na Bombonera. Segundo o "Footstats", o Corinthians não fez finalizações durante o jogo. Por sua vez, o Boca terminou a partida com 20 arremates, sendo 16 errados.
A maioria dos atletas corintianos não foi bem, na opinião deste colunista. Mas o que importa para a torcida é que eles tiveram raça, acreditaram até o final e mantiveram o Coringão na estrada da Libertadores.
O torcedor corintiano, em sua maioria, liga mais para garra do que para espetáculo. VP, hoje, parece entender isso.
Não que ele tenha aberto mão integralmente de seu estilo ou que o Corinthians será sempre defensivo. Mas ele compreendeu o mínimo que precisa fazer para agradar sua torcida. E o que os fãs alvinegros gostam de ver ajuda um treinador que sofre com as deficiências de seu elenco agravadas por uma série de lesões.
Nesse cenário, além da classificação heroica, a Fiel pode comemorar o fato de ter um treinador cada vez mais adaptado ao corintianismo.
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